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Politica Brasil
Domingo - 25 de Março de 2007 às 16:05

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O novo gabinete ministerial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuará sob forte influência de seu partido, o PT. No começo das negociações da reforma ministerial, o partido temia perder mais espaço nos ministérios com a criação da coalizão de governo que envolve 11 legendas, mas com a reforma quase completamente definida o que se vê é um PT bastante fortalecido. Dos 33 cargos do primeiro escalão à disposição dos partidos, 17 serão ocupados por petistas nesse segundo mandato.

E não são ministérios periféricos. O PT comanda toda a área econômica e as áreas consideradas prioritárias para o governo como a Justiça, por causa da crise na área de segurança pública, e a Educação, tema privilegiado por Lula durante a campanha. Talvez por isso o PT nem esteja reclamando a perda da Coordenação Política para o PTB, um dos aliados.

A única decepção para os petistas fica por conta da indicação da ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, para a pasta do Turismo. O PT queria que ela ocupasse um ministério com mais verbas a maior visibilidade. Na primeira lista entregue a Lula, o partido pedia que ela fosse a nova ministra das Cidades.

O presidente chegou a cogitar a hipótese, mas logo percebeu que se tirasse essa pasta do PP provocaria as primeiras fissuras na base aliada e desistiu da idéia. O PT pensou então em tirar o petista Fernando Haddad da Educação para promover Marta. Não deu certo porque Lula gosta do trabalho do atual ministro. Aí, só sobrou para Marta o Turismo.

Apesar da hegemonia petista, o novo ministério de Lula está bem mais diversificado do que o do primeiro mandato. A criação da coalizão de governo obrigou a participação do primeiro escalão do governo de nove partidos. PP (Cidades), PSB (Ciência e Tecnologia), PR (Transportes), PV (Cultura), PCdoB (Esporte), PDT (Previdência) e PTB (Relações Institucionais) ocupam uma pasta cada um e ainda devem controlar algumas estatais.

O PMDB é a grande novidade do novo gabinete ministerial de Lula. No primeiro mandato, a sigla chegou a estar perto de integrar o primeiro escalão logo no começo do governo, mas Lula preferiu interromper as negociações à época. Aos poucos, ainda no primeiro mandato do presidente, o partido se aproximou do governo e obteve o comando de três pastas (Saúde, Comunicações e Minas e Energia). Agora, além de manter esses ministérios comandará a Agricultura e a Integração Nacional, pasta que comandará a transposição do rio São Francisco, a maior obra federal.

O aumento da participação do PMDB causou ciúmes em alguns aliados históricos do presidente como o PSB e o PCdoB, mas as pressões foram contornadas e Lula acabou acomodando toda base. Aliás, foi mais difícil para Lula lidar com as brigas internas do PMDB do que com o ciúme dos aliados. O partido sempre esteve dividido em grupos e dessa vez ficou fracionado em duas alas, a do Senado e a da Câmara.

Os deputados levaram a melhor quando ganharam o comando do partido mantendo o presidente Michel Temer (PDMB-SP) na presidência e firmaram um canal de diálogo mais forte com o presidente, que até então negociava a participação da sigla no governo com os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e o ex-presidente da República, senador José Sarney (PMDB-AP).

O presidente manteve nesse governo sua cota pessoal de ministérios, onde preferiu escolher o perfil do ministro sem considerar as credenciais partidárias. É o caso da Defesa, onde está Waldir Pires, da Controladoria Geral da União (CGU), onde segue Jorge Hage, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que será ocupado pelo jornalista e executivo Miguel Jorge.





Fonte: Terra

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