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Politica Brasil
Quinta - 08 de Março de 2007 às 08:51
Por: Sonia Fiori

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Um estudo realizado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) comprova que a participação da mulher na carreira não atinge 15% dos cargos de poder. A pesquisa “Experiências de Mulheres na Legislatura de Mato Grosso”, elaborada pela mestranda Micheli Burginski, faz uma radiografia da atuação da mulher na vida política do país e de Mato Grosso. Hoje, é comemorado o Dia Internacional da Mulher.

O trabalho iniciado em 2005, que está em fase conclusão, apontou a redução da participação da classe feminina na ocupação de espaços políticos.

No pleito anterior ao de 2006, Mato Grosso era representado pela deputada estadual Vera Araújo (PT) na Assembléia Legislativa e possuía ainda três representantes na Câmara Federal, respectivamente Celcita Pinheiro (PFL), Teté Bezerra (PMDB) e Thelma de Oliveira (PSDB).

Na eleição passada houve mudança de representação no Poder Legislativo do Estado, porém o número de cadeiras ocupado por mulher continua o mesmo. Apenas uma mulher foi eleita deputada estadual: Chica Nunes (PSDB).

Já a Câmara Federal está representada agora somente pela deputada reeleita Thelma de Oliveira (PSDB). A pesquisa deverá ser concluída no primeiro semestre deste ano. No âmbito nacional, ressaltou Micheli, a trajetória da mulher na vida política vem aos poucos melhorando. No entanto, o atual quadro comprova a distância entre espaços ocupados por homens e mulheres.

O trabalho de Micheli nesse aspecto está respaldado com dados obtidos do estudo feito pela doutoranda Rogéria Antunes, num levantamento junto ao Senado. Segundo as informações disponibilizadas por Micheli, de 1945 a 1974 o país não teve representação de mulheres no Senado. Um avanço foi conferido em 1978 com a eleição de uma senadora entre as 67 cadeiras.

Nas eleições de 1982 e 1986, o Senado manteve a ausência da participação de mulher. A participação da mulher só começou de fato a partir de 1988, com a Constituição Federal, que assegurou novos direitos à classe feminina.

“A partir da década de 1990, das 81 cadeiras disponíveis no Senado 79 foram ocupados por homens e duas por mulheres. Já em 1994 também com 81 cadeiras, 75 foram destinadas a homens e seis para a classe feminina. Houve um avanço considerável”, avaliou.

Sem dúvida, a instalação da política de cota provocou avanços, disse a pesquisadora. Mas é preciso ir mais além. Micheli lembrou que as mudanças neste cenário só foram possíveis com o início de mobilizações da classe feminina.

“Um avanço pontual foi demonstrado na IV Conferência Mundial sobre Mulher, em Beiging, na China. Houve uma discussão profunda sobre a questão e direitos da mulher. A política de cotas foi um dos resultados obtidos através dessa organização das mulheres e desses debates promovidos mundialmente”, destacou.

A pesquisadora lembrou que o movimento mundial contou com intenção participação de representantes do Brasil e mais especificamente de Mato Grosso, por meio da ex-deputada federal Teté Bezerra (PMDB).





Fonte: Diário de Cuiabá

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