PSB e PC do B formam bloco para enfraquecer negociações de Chinaglia

Para conter as negociações do candidato do PT à presidência da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP), PSB e PC do B decidiram hoje formar um bloco para barrar as articulações do petista. Com o bloco, que irá reunir 40 deputados, o PT perderá uma das vagas de titular na Mesa Diretora a que tem direito.

O deputado Cândido Vacarezza (PT-SP) disse ontem à Folha Online que o PT vinha negociando essa vaga para atrair o apoio do PL, PTB ou PP. A intenção do partido era ceder a Quarta Secretaria para uma destas legendas.

Articuladores da campanha de Aldo disseram que a formação do bloco quebra a seqüência de fatos positivos que Chinaglia vinha colhendo para sua candidatura --ele havia conseguido o apoio do PMDB, parte do PSDB, PL, Prona e PSC. Soma-se a isso a decisão da terceira via de lançar ontem o tucano Gustavo Fruet (PR) na disputa. Fruet deve atrair o apoio do PSDB, que anteriormente havia declarado que votaria no petista.

"Há uma tradição do PSB e PC do B de formarem bloco. Já fizemos isso no passado e agora passaremos a ter direito à Quarta Secretaria e a presidir duas comissões na Casa", disse o deputado Renato Casagrande (PSB-ES), evitando polemizar com Chinaglia. "É uma demonstração de que na política há pedras e dedos. Nós não somos apenas pedras, somos dedos também e temos capacidade para mover as pedras", afirmou.

Para Casagrande, a "gana" do PT por cargos não deve prejudicar a coalizão que dará sustentação ao governo Lula, embora a enfraqueça. "Na hora em que o PT colocou uma candidatura e fez um acordo unilateral com o PMDB ajudou a enfraquecer a coalizão. Causou uma fissura que terá que ser remendada. Mas, até agora, ninguém queimou todas as caravelas", alertou.

Com a formação do bloco, o PT continua tendo direito a dois cargos na Mesa Diretora, mas apenas um de titular.