Berzoini reassume presidência nacional do PT

Três meses depois de ter o nome envolvido no escândalo do dossiê Vedoin, o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), reassumiu, na 3ª feira (2/1), o comando do partido num ato que contou com a presença de parlamentares acusados de participação no esquema do "mensalão". Inocentado nas investigações da Polícia Federal (PF) sobre a compra do dossiê contra tucanos em plena campanha eleitoral, Berzoini retornou à presidência nacional da legenda com o discurso da unidade e sem se importar com críticas internas sobre a volta.

"O PT sempre teve muita polêmica", amenizou. "Estou muito tranqüilo." Entre os cerca de 150 convidados que o prestigiaram durante um almoço em tradicional restaurante de comida mineira, estavam os deputados Professor Luizinho (PT-SP), José Mentor (PT-SP), Carlos Abicalil (PT-MT) e Paulo Rocha (PT-PA). Rocha renunciou ao mandato em meio ao escândalo do "mensalão", mas foi reeleito, ao contrário de Professor Luizinho Abicalil foi citado no escândalo do dossiê.

Ao devolver a presidência da sigla a Berzoini, o ex-presidente nacional interino da agremiação e assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, lembrou que, quando assumiu o cargo, em outubro, comparou-o a um abacaxi. "Pensei, inclusive, em trazer aqui uma fruteira para, simbolicamente, lhe entregar a fruta", disse, dirigindo-se a Berzoini. "Mas achei que a foto dos jornais deveria ser a sua."

Coordenador da campanha à reeleição de Lula, Berzoini foi afastado da tarefa em setembro por ele depois que petistas foram flagrados tentando, supostamente, comprar um dossiê que ligaria tucanos, entre eles o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), à máfia dos sanguessugas. Um mês depois, sob pressão, licenciou-se da presidência do PT, à espera das investigações da PF. Na tentativa de apaziguar o partido, Berzoini disse que pode concordar com o encurtamento do mandato, que terminaria em 2008, para o fim deste ano.