Lula vai cobrar 'solidariedade' dos aliados, afirma Tarso Genro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai cobrar dos partidos aliados que participarem da coalizão do governo que se responsabilizem pelas áreas que administrarem. Além disso, o presidente Lula quer que esses partidos sejam solidários dando os votos que o governo precisa no Congresso. Esses, segundo o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, foram os recados transmitidos pelo presidente Lula na reunião que teve com o PMDB.

"Uma das preocupações que o presidente Lula manifestou na reunião com o PMDB é que não existe racionalidade ou capacidade de governar se o partido da coalizão não mantiver 80% a 90% de sua base", contou. A mesma agenda mínima da coalizão apresentada ao PMDB foi entregue hoje ao PT e será repassada aos demais partidos aliados que vierem a participar do grupo. A expectativa do Planalto, segundo Tarso, é de que a coalizão inclua sete partidos. "Temos a certeza de que o PT, o PSB e o PCdoB participarão. Assim como temos a convicção de que o PMDB também vai participar. O PV fez uma reunião e também falou de seu desejo de participar. O PP e o PL ainda estão discutindo", relatou.

Ele fez questão de destacar que a montagem de uma coalizão é um processo bem mais lento e complexo que a simples montagem de um ministério. Sua expectativa é de que até o início de dezembro todos os partidos aliados já tenham uma definição institucional de participar do governo. Embora o próprio presidente Lula já tenha afirmado que só tratará de ministério após a sucessão na Câmara e Senado - que deverá ocorrer em 15 de fevereiro - o ministro afirmou que "não está consolidado que o presidente tome posse com o ministério velho".

A certeza é de que tanto ministros escolhidos quanto o partido a que eles pertencerem terão de responder sobre o Ministério. Ele negou que isso resulte na tese da "porteira fechada" pela qual o partido que indica o ministro ocupa necessariamente toda a estrutura de poder daquele ministério.