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Politica Brasil
Quarta - 11 de Outubro de 2006 às 10:13

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A Justiça Federal de Mato Grosso determinou, a pedido do Ministério Público Federal, a quebra dos sigilos bancário e fiscal do empresário Abel Pereira, ligado ao ex-ministro da Saúde e atual prefeito de Piracicaba, Barjas Negri (PSDB).

Além disso, a Polícia Federal irá interrogar hoje, novamente, Darci e Luiz Antonio Vedoin. Dessa vez, eles serão questionados sobre a suposta tentativa de Abel Pereira de comprar o dossiê que seria utilizado pelos petistas para atacar a campanha do hoje governador eleito de São Paulo, José Serra.

O empresário tem negócios em Piracicaba e, segundo os Vedoins disseram em entrevista à revista "IstoÉ", na ocasião em que Negri foi ministro da Saúde, Pereira atuava como intermediário para liberação de emendas de interesse da máfia dos sanguessugas, que desviava dinheiro público destinado a compras de ambulância.

O delegado Diógenes Curado, que comanda as investigações relacionadas ao dossiê, reuniu-se ontem em Cuiabá com o delegado Luiz Flávio Zampronha, responsável pela análise das operações financeiras por meio das quais o dinheiro suspeito foi reunido.

Questionado sobre se a PF encontrará o dono do dinheiro antes do segundo turno, no dia 29, Curado afirmou que tem disposição mas não a certeza de que chegará ao resultado do trabalho neste tempo. "Eu quero dar uma resposta, mesmo que eu diga que é impossível ter a informação. Mas, pelo menos, até antes da eleição eu quero ter essa informação", afirmou.

Segundo Zampronha e Curado, a PF já está na quebra de sigilo do que seria a "quarta camada de operações financeiras", cuja origem é a compra, no sistema financeira americano, de um lote de US$ 15 milhões de dólares pelo banco Sofisa no dia 27 de agosto.

Do montante, US$ 110 mil em cédulas seriadas foram parar no bolo de dinheiro que seria usado para comprar o dossiê, mas acabou apreendido pela PF no dia 15 de setembro.

No momento, a investigação busca eventuais vínculos entre mais de 30 casas de câmbio, que operam em diferentes Estados, e os personagens envolvidos no dossiê. O foco do levantamento da PF está no Rio de Janeiro e em Florianópolis.

A pedido da PF, a Justiça concedeu ontem a quebra de sigilo referente a 650 cadastros de linhas telefônicas que acionaram ou foram acionadas pelos investigados.

Os policiais também encaminharam ao juiz titular da 2ª. Vara da Justiça Federal do Mato Grosso, Jeferson Schneider, um conjunto de documentos --fitas de vídeo e extratos bancários, papéis com anotações e agenda-- apreendidos em escritórios e casas dos Vedoin.

O material será utilizado para preparar o interrogatório no qual ele deve esclarecer qual a participação de Abel no episódio do dossiê.

Ao investigar a tentativa de Vedoin de vender o dossiê contra os tucanos, a PF identificou três ligações de Pereira para um ex-cunhado de Vedoin em 14 de setembro, data em que os petistas teriam fechado negócio para comprar o dossiê e véspera da apreensão do dinheiro suspeito no hotel Ibis Congonha, em São Paulo.

No diálogo, Pereira diz que precisa falar com Luiz Antonio Vedoin e pede retorno das ligações.





Fonte: Folha de S. Paulo

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