Se eleito, Lula terá mais dificuldade que Alckmin no Senado
Um dos maiores trunfos de Lula no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) pode estar com os dias contados na presidência da Casa. Se a tradição do Congresso for mantida, o PFL assumirá a presidência do Senado em 2007.
A tradição rege que os partidos com a maior bancada na Câmara e no Senado têm o direito de indicar os presidentes de cada Casa. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), já dava sinais de que a legenda poderia brigar pelo posto no Senado se conseguisse o maior número de senadores. E conseguiu.
Após as eleições deste domingo (1), O PFL elegeu seis senadores e passa a ter 18 na bancada, superando o PMDB, que tinha 20 cadeiras e agora terá 15, o mesmo número do PSDB.
O PFL, provavelmente, contará com o apoio do PSDB, que divide com o PMDB o segundo lugar entre as bancadas mais numerosas. Será um Senado dividido, tendo um bloco governista comandado pelo PT com 11 senadores. Os petistas, aliás, contam com a volta de Aloizio Mercadante (PT-SP), que perdeu as eleições para o governo de São Paulo.
Renan sabe das dificuldades que terá pela frente para sua reeleição na presidência do Senado, mas tem como exemplo as duas últimas eleições na vizinha Câmara. Em 2005, Severino Cavalcanti (PP-SP) foi eleito no voto para derrotar o candidato do PT, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), indicado pelo seu partido, de maior bancada.
Severino renunciou meses depois acusado de cobrar propina na Câmara. No seu lugar, foi eleito Aldo Rebelo, do pequeno PC do B paulista. A bancada governista deixou de lado esse costume da maior bancada e passou por cima da tradição para eleger Aldo. Agora, Renan torcerá por algo igual no Senado.
Nas eleições deste ano, foram eleitos 27 senadores, um por estado. Eles se juntarão aos outros 54 eleitos em 2002. O mandato de cada um é de oito anos.
Segundo turno A composição das bancadas pode sofrer alterações em razão do segundo turno da disputa aos governos estaduais. O PFL, por exemplo, tem a senadora Roseana Sarney disputando o governo do Maranhão.
O PMDB tem três senadores que disputam o segundo turno da eleição, em 29 de outubro. São eles Garibaldi Alves Filho (Rio Grande do Norte), José Maranhão (Paraíba) e Sérgio Cabral (Rio de Janeiro).
No PT, a senadora Ana Júlia Carepa disputa o segundo turno das eleições no Pará. No PDT, Osmar Dias também foi ao segundo turno na disputa pelo governo do Paraná.
O senador Leonel Pavan, do PSDB, por sua vez, concorre como vice na chapa do governador Luiz Henrique (PMDB), de Santa Catarina, que também pode ser eleito em segundo turno.
Além das possibilidades de segundo turno de vários senadores, a composição das bancadas também pode ser alterada em razão das eventuais mudanças de partido dos senadores. Os eleitos e os que já têm mandato podem mudar de sigla a qualquer tempo, mesmo antes da posse, no caso dos novos representantes.
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