Lorenzetti confirma envio de emissário para conversar com Vedoin

O petista Jorge Lorenzetti, ex-chefe do serviço de inteligência da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, saiu nervoso hoje da Superintendência da Polícia Federal, após prestar depoimento de três horas. Ele não falou com a imprensa, mas seu advogado, Aldo de Campos Costa, informou que Lorenzetti confirmou à PF e ao Ministério Público ter enviado três vezes para Cuiabá os emissários Expedito Veloso e Gedimar Passos para conversar com o empresário Luiz Antonio Vedoin, principal operador da máfia das sanguessugas. Lorenzetti negou, entretanto, que tenha feito negociação envolvendo dinheiro.

O motivo das viagens, segundo o advogado, foi para verificar a autenticidade do dossiê e a importância do material para a campanha do candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante. Lorenzetti disse que os encontros com Vedoin foram uma orientação do então coordenador de comunicação da campanha de Mercadante, Hamilton Lacerda, já afastado por conta do episódio.

Ainda segundo o advogado, Lorenzetti contou tudo o que sabia sobre o episódio e não foi indiciado porque, segundo afirma, não cometeu nenhum crime. Sobre o dinheiro para a compra do dossiê, Lorenzetti disse que não tratou dessa questão em nenhum momento e isentou o presidente do PT, Ricardo Berzoini, de responsabilidade no episódio.