Em depoimento, Vedoin diz que dossiê "não representa prova nenhuma"

CUIABÁ - Luiz Antonio Vedoin, peça-chave do esquema sanguessuga, disse nesta quinta-feira, 21, à Polícia Federal que o dossiê anti-José Serra (PSDB) "não caracteriza nada de novo". Preso por ordem judicial por ocultação de provas, Vedoin afirmou que os papéis - que o PT queria comprar por R$ 1, 75 milhão - "não representam prova nenhuma". Sua estratégia é esvaziar a acusação que pesa contra ele, a de esconder documentos que poderiam ser úteis para as investigações sobre a máfia das ambulância superfaturadas.

Vedoin depôs durante 4 horas na PF em Cuiabá. Ele é o único envolvido no escândalo que derrubou importantes dirigentes do PT que continua preso. Seu advogado, Elói Ricardo Riffatti, obteve cópia do dossiê. "Ele (Vedoin) está preso por ocultação de provas, mas isso não é prova nenhuma." Indagado sobre o motivo de Vedoin estar vendendo papéis sem valor, o advogado declarou:"Não sei, tem que ver com quem comprou."

O delegado Diógenes Curado, que dirige o inquérito sobre a trama para implicar Serra com a máfia das ambulâncias, não quis revelar detalhes do depoimento de Vedoin. Hoje, Curado vai a Brasília para tomar o depoimento de três quadros do PT citados no escândalo, Expedito Alonso, Osvaldo Bargas e Jorge Lorenzetti.