CPMI decide investigação sobre Antero; Serys deve ser inocentada

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas reúne-se nesta terça-feira para deliberar sobre a citação de suposto envolvimento com a máfia das ambulâncias do presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), pelo empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, em uma revista semanal, e também sobre o que há contra o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT). Antero, a exemplo da senadora Serys Slhessarenko, deverão ser inocentados em seus respectivos processos.

As evidências em favor da absolvição de ambos os políticos são grandes. O vice-presidente da CPMI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), disse que os documentos contra o senador não passam de um ofício que ele teria assinado junto com outros parlamentares da bancada de Mato Grosso, indicando o deputado Lino Rossi (PP-MT) ao então ministro da Saúde, José Serra, como coordenador da bancada. "Os documentos contra o senador se referem a esse ofício e a fotos reproduzidas de computador, que não servem como provas", disse.

Para o deputado Gabeira, em relação a Antero Paes de Barros a CPMI precisa analisar, porque foi em depoimento à Justiça que Vedoin falou dele. Nesse depoimento, Vedoin menciona que Antero teria feito permuta de emendas com Lino Rossi – o que suscitou a ira do senador tucano.

A volatilidade do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, sócio-executivo da Planam, empresa responsável pelo maior esquema de corrupção já denunciado envolvendo verbas públicas drenadas através de emendas parlamentares, está em alta. Os últimos movimentos do empresário sobre os políticos de Mato Grosso supostamente envolvidos no esquema de venda superfaturada de ambulâncias indicam relativa fragilidade.

No caso da senadora Serys, a parlamentar de Mato Grosso terá sua situação estendida um pouco mais. Contra ela já está aberto o processo por quebra de decoro parlamentar. No entanto, entre os três processados, quem está em melhor situação é a própria Serys. Contra ela pesa a palavra de Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, que vem perdendo crédito na CPI dos Sanguessugas por fazer acusações que não consegue provar. Vedoin disse que o genro da senadora petista, Paulo Roberto Ribeiro, sacou R$ 35 mil contra a Planan alegando necessidade de pagamento de dívidas de campanha da senadora. Além disso, o Ministério Público deixou a senadora de fora da lista de denunciados.