Geraldo Alckmin ignora pesquisas e diz que não muda campanha

Apesar das pesquisas de opinião desfavoráveis, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, voltou a afirmar que não pretende elevar o tom do discurso contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disputa a reeleição, nem mudar suas estratégias. "Vamos continuar fazendo a mesma campanha, mostrando que o Brasil pode ir muito melhor", disse o tucano a jornalistas, depois de comício em São Bernardo do Campo, neste domingo.

Dessa forma, o candidato descarta o conselho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para quem é preciso "dramatizar" as denúncias de corrupção contra o atual governo.

Alckmin também parece menos preocupado do que FHC em relação às suas chances de vitória. O ex-presidente declarou no sábado ao Estado que Lula está "muito consolidado", referindo-se às pesquisas de intenção de voto. O candidato pondera, contudo, que a disputa eleitoral está "apenas começando". "Apenas agora as pessoas estão começando a se interessar pela campanha. A população é sábia e vai amadurecendo a decisão do voto", disse Alckmin.

Questionado sobre a tese de que o início da propaganda eleitoral gratuita levaria a um crescimento da sua campanha, Alckmin manteve o otimismo. "Isso já começa a acontecer. Todas as pesquisas mostram que nós estamos avançando". Não é bem o que mostra a pesquisa Ibope/Estado, divulgada no sábado. Embora Alckmin tenha avançado um ponto percentual, subindo para 22%, o presidente Lula subiu dois pontos e já possui 49% das intenções de voto.

Apesar de dizer que não pretende elevar o tom contra Lula, Alckmin aproveitou a oportunidade para fazer críticas ao candidato petista. "Merece ser reeleito o governo que vai bem do ponto de vista ético, faz o Brasil crescer e tem equipe. O governo Lula é um descalabro quanto à ética, não funciona e não tem equipe", sentenciou o candidato tucano.