Déficit centraliza 1º debate com Olívio e Rigotto no RS

Os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul participaram do primeiro debate transmitido pela televisão na noite desta terça-feira. O encontro foi promovido pela TV Com. Participaram o governador e candidato à reeleição Germano Rigotto (PMDB), os ex-governadores Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT), Edison Pereira (PV), Yeda Crusius (PSDB), Beto Grill (PSB), Francisco Turra (PP) e Roberto Robaina (Psol).

Germano Rigotto foi convocado a responder sobre o déficit das contas do governo do Estado. Ao ser questionado sobre como pagaria a folha do funcionalismo a partir de janeiro, com o fim do aumento das alíquotas do ICMS, o governador alegou que haverá recursos através da recuperação do PIB. Ele criticou a gestão anterior, de Olívio Dutra, por ter lhe deixado um caixa deficitário. Rigotto também defendeu seu governo afirmando que não pôde diminuir o número de pedágios no Estado nem suas tarifas porque precisou cumprir os contratos assinados por gestões anteriores.

Sobre a mesma questão, Edison Pereira alegou que, num eventual mandato, não cumpriria os contratos de pedágio e que, se as concessionárias ganhassem na Justiça o direito da cobrança, as colocaria "na fila dos precatórios". O candidato propôs também a redistribuição dos contratos municipais entre as micro e pequenas empresas gaúchas. Segundo Pereira, hoje, 70% desses contratos feitos com as prefeituras ficam nas mãos de apenas 2% das empresas do Estado.

O petista Olívio Dutra foi várias vezes questionado sobre os erros da gestão anterior que não voltaria a cometer. O candidato se esquivou de uma resposta direta, mas admitiu que ganhou experiência e que aprendeu a respeitar posições contrárias. Como um militante que acompanhou o PT desde sua criação, propôs resgatar os fundamentos do partido num eventual segundo mandato.

Alceu Collares assegurou que manterá o Fundopen para atrair investimentos para o Estado. Garantiu também que, se eleito novamente, não aumentará as alíquotas do ICMS.

Yeda Crusius defendeu a participação do seu partido, o PSDB, na gestão de Germano Rigotto. A tucana alegou que as duas legendas têm propósitos políticos diferentes, por isso está apresentando candidatura própria, mas que foi preciso dar governabilidade ao governador eleito.

Beto Grill falou sobre o Pacto Pelo Rio Grande. Ele defendeu a iniciativa da Assembléia como um conjunto de idéias, mas disse que alguns pontos, como o congelamento do salário do funcionalismo, precisam ser melhor analisados. Segundo ele, o Pacto atende uma necessidade momentânea de recuperar as finanças públicas. Sobre a questão do déficit, defendeu auditoria nas contas do governo, diálogo com a União, fim das anistias e cobrança da dívida ativa.

Turra afirmou que a segurança pública será prioridade "absoluta" em seu programa de governo. O candidato garantiu que cortará todas as verbas do orçamento que forem necessárias para investir na área.

Robaina confirmou a intenção de implantar uma empresa pública para o transporte intermunicipal, a exemplo da porto-alegrense Carris. Segundo ele, as empresas privadas do ramo estão explorando a população e oferecendo serviços de má qualidade.