Repórter News - reporternews.com.br
Meio Ambiente
Quarta - 16 de Agosto de 2006 às 12:51

    Imprimir


Um dos dois macacos sagüis encontrados mortos no parque Mãe Bonifácia no dia 21 de julho, foi abatido por predadores naturais, possivelmente por gaviões ou animais carnívoros. É o que diz o laudo do médico veterinário Edson Moleta Colodel, funcionário do Hospital Universitário Julio Muller que realizou exames de necrópsia nos animais a pedido da secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) responsável pela administração do parque.

No laudo, enviado à direção do parque Mãe Bonifácia, o médico faz referências à exposição das víceras do macaco que passou por exame de necropsia. “Consta que a cavidade abdominal de um dos macacos estava aberta, com exposição viceral, por incisão irregular, inclusive com o desaparecimento do tubo digestivo, urogenital e baço (aparentemente predado, possivelmente por aves de rapina ou outro carnívoro)” assegurou o doutor Edson Colodel no seu parecer médico.

Em relação ao segundo animal que também foi examinado não foi possível de acordo com o médico detectar a causa morte. Mas por outro lado, o laudo não descarta a possibilidade de envenenamento. “Não foram encontradas evidências de doenças infecciosas, porem, não é possível descartar a possibilidade de intoxicação (incidental ou criminosa)” diz outro trecho do laudo assinado pelo veterinário.

Segundo o diretor do parque Mãe Bonifácia, Marcus Corbelino, como o laboratório do hospital Julio Muller não dispõe de condições técnicas para análise toxicológica, foram coletadas amostras de órgãos dos macacos, que estão devidamente acondicionados, prontos para serem encaminhados pela Sema para a realização de exames complementares provavelmente em São Paulo.

Os macacos foram mortos numa área localizada entre o parque Mãe Bonifácia e uma empresa de pré-moldados localizada na avenida Miguel Sutil.

O Mãe Bonifácia possui uma área verde de 77 hectares localizada na região central de Cuiabá, com vegetação característica do serrado brasileiro onde abriga uma fauna silvestre diversificada. “Lá existem mamíferos, anfíbios, répteis e aves, que desempenham um importante papel na cadeia alimentar, tanto como predadores como presas, e foram assim, intrincadas relações ecológicas de suprema importância para o manejo do ecossistema” diz a bióloga Ana Carolina de Paula Palma que faz parte do quadro de servidores do parque.

Depredação

Apesar de sua beleza e importância para a cidade o parque Mãe Bonifácia, usado para a prática de caminhada pela população, vem sofrendo com a ação de vândalos. A bióloga Ana Carolina conta que semana passada as 140 placas de identificação de árvores colocadas pela direção ao longo do parque foram destruídas. “Colocamos as placas de metal na quinta-feira (10/08) e na segunda-feira (14/08) não sobrou uma intacta. Todas foram amassadas e destruídas” diz ela.

Outra ação denunciada pela direção do parque Mãe Bonifácia é o deposito de lixo no entorno da unidade de conservação. A área verde faz divisa com os bairros Quilombo e Duque de Caxias.Segundo o diretor do parque, Marcus Corbelino, devido a falta de consciência ambiental, alguns moradores acabam usando parte do Mãe Bonifácia como depósito de lixo e entulhos.

A bióloga Ana Carolina reclama também da postura de alguns freqüentadores do parque, que segundo ela tentam atrapalhar o trabalho dos funcionários responsáveis pela manutenção do local. “Algumas pessoas registraram queixa na Ouvidoria Setorial da Sema, por estarmos molhando as plantas. Eles não entendem que as árvores precisam ser regadas logo cedo e reclamam que estamos atrapalhando as caminhadas. São carros pequenos que não causam nenhum transtorno. Além disso neste tempo seco se formos molhar um pouco mais tarde as plantas morrem” justifica.

Ela diz ainda que até o trabalho da polícia é questionado por algumas pessoas. “A maioria absoluta dos freqüentadores é de pessoas conscientes, mas existem aqueles que só querem ver o pior. Já reclamaram na Ouvidoria pelo fato de seguranças e policiais estarem fazendo rondas pelas trilhas de bicicletas e motos. Isso é absurdo, coisa de quem não quer a presença da polícia por motivos escusos. O pior é que ainda temos que responder a tudo isso” lamenta a bióloga.





Fonte: Secom-MT

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/282273/visualizar/