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Politica Brasil
Segunda - 10 de Julho de 2006 às 09:38

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A ampla variedade de alianças nos 26 Estados e no Distrito Federal trazem curiosidades e incoerências para todos os partidos. É como se as agremiações políticas sofressem de distúrbio bipolar ideológico: num determinado local são contra os mensaleiros; cruzam a fronteira e já ficam a favor.

A direção nacional do PT, por exemplo, diz estar se unindo aos partidos do mensalão, mas não aos mensaleiros. Essa explicação não tem conexão completa com a realidade.

Em São Paulo, a coligação petista inclui o PL, comandado por Valdemar Costa Neto --que renunciou ao mandato de deputado federal no ano passado depois que ficou evidente sua participação no esquema de doações ilegais comandado pelo publicitário Marcos Valério, com o consentimento do PT. Costa Neto é candidato e tentará voltar à Câmara com a ajuda dos petistas.

O PSDB paulista poderia usar o caso de Costa Neto para torpedear o PT na área ética e moral, mas os tucanos também abrigam um mensaleiro em São Paulo: o PTB.

Quando se considera o número de candidatos próprios que cada partido tem aos governos e para preencher as vagas de senador nos Estados, fica claro que o Brasil ainda está longe de ter uma agremiação verdadeiramente nacional.

Entre as siglas maiores, o recorde de candidatos próprios a governos estaduais é do PT, com 18 nomes. É seguido pelo PSDB, com 17, e pelo PMDB, com 16. Depois, o PFL, com apenas sete.

Se se incluem as siglas nanicas na contabilização de candidatos próprios, o PSOL, da presidenciável Heloisa Helena, é o campeão com 23 nomes. A maioria, senão todos, têm chance quase nula de prosperar eleitoralmente --fazem campanhas com poucos segundos na TV e escassos recursos para propaganda nas ruas.

Outra curiosidade são os "chapões" que se formaram em alguns Estados. Mato Grosso e Paraíba têm candidatos com o apoio de 16 partidos. Em Minas Gerais, o atual governador Aécio Neves (PSDB) obteve aliança com outros nove partidos além do seu. Na aliança tucana mineira, houve espaço para a trinca mensaleira completa: PP, PL e PTB.

Outro que tem um comportamento bipolar nos Estados é o PPS, que ensaiou lançar a candidatura a presidente de Roberto Freire. Inimigo do PT, entrou em uma aliança com petistas em Roraima e no Rio Grande do Norte.

Por outro lado, o PPS está em coligações com o PSDB em 16 unidades da Federação.

Em resumo, quando os candidatos a presidente atacam-se mutuamente, dificilmente a crítica será mantida em todos os Estados. De alguma forma, no teatro eleitoral nacional, todos estão coligados uns aos outros.





Fonte: 24HorasNews

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