Vuolo chora e acusa traição do PT

O assessor parlamentar Vicente Vuolo se diz traído por setores do PT e revela imposição na cúpula nacional para garantir dois palanques ao presidente Lula em Mato Grosso, um com a petista Serys Marly e outro com o governador Blairo Maggi (PPS). Com a pré-candidatura boicotada, Vuolo acusa o deputado Carlos Abicalil de fazer o "jogo sujo antidemocrático" do partido. A traição, diz, ocorreu por parte da direção ao sepultar seus planos de disputar o Senado, apesar de prometer isonomia aos filiados.

Sobre Abicalil, acusa-o de estar mais preocupado em atender as orientações eleitoreiras da cúpula nacional petista do que respeitar os ideais partidários. As críticas de Vuolo foram feitas em entrevista para A Gazeta em seu escritório montado para a pré-campanha. Filho do ex-senador Vicente Vuolo, ele chorou ao argumentar que foi desrespeitado por correligionários.

"Estou triste e decepcionado porque aceitaram o meu registro de candidatura, e, neste domingo, transferiram de forma antidemocrática a condução do assunto à comissão executiva", diz Vuolo, ao lamentar a sinalização petista em oferecer aos partidos aliados as candidaturas a vice e senador na chapa de Serys.

Ele apresentou em mãos o pedido de registro de candidatura assinado por Serys e outros 19 dirigentes petistas. Vuolo diz ainda que visitou mais de 100 municípios mato-grossenses para construir a candidatura. Tudo teria sido pago com dinheiro do próprio bolso, oriundo do trabalho realizado há 23 anos no Congresso. "Sem ouvir os pré-candidatos, o PT decidiu resolver a questão do Senado, assim como as alianças, sem a participação da militância. Se a maioria dissesse que não queria o meu nome, iria aceitar. Mas nem isso foi colocado em discussão".