Henry deve estar entre os primeiros denunciados
Entre os primeiros denunciados pela PGR ao Supremo Tribunal Federal estarão dois integrantes da Mesa da Câmara, Nilton Capixaba (PTB-RO) e João Caldas (PL-AL), e dois ex-líderes de bancada, Pedro Henry (PP-MT) e Paulo Baltazar (PSB-RJ). Não há um número fechado de quantos serão denunciados pelas fraudes no Orçamento.
Nos 15 dias em que investigou o escândalo, a Corregedoria da Câmara reuniu indícios de envolvimento de 45 deputados com a fraude. Após pressão dos investigados, o Congresso abriu mão da apuração e remeteu os casos a Antonio Fernando Souza, procurador-geral da República.
O ranking dos 45 foi definido com base na contabilidade da Planam, empresa que chefiaria o esquema dos "sanguessugas", e nas escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal durante as investigações do caso.
Na contabilidade há uma série de listas envolvendo parlamentares, assessores e ex-parlamentares. A principal delas registra o pagamento de dinheiro a 13 deputados federais. Outra indica depósitos na conta de assessores. Há uma terceira com o registro da conta bancária de parlamentares. Outra contém ainda a senha de acompanhamento das emendas que deputados e senadores fazem ao Orçamento da União.
O cruzamento dessas "listas" com os diálogos gravados pela PF durante as investigações levou a Corregedoria ao número de 45 deputados suspeitos.
O ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) elogiou a decisão dos presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de encaminharem à Procuradoria Geral da República a investigação da máfia dos sanguessugas.
Aldo e Renan usaram como argumentos para a decisão uma suposta falta de estrutura das duas Casas para investigar todos os parlamentares citados, falta de poder legal, por exemplo, para quebra os sigilos bancário, fiscal e telefônico dos envolvidos e um possível atraso caso houvesse sobreposição nas investigações.
"A minha proposta inicial foi exatamente essa adotada agora pela Câmara. Foi que ela designasse, a Câmara e qualquer casa parlamentar, designasse uma comissão para acompanhar as investigações da PF e os desdobramentos disso ordenados e capitaneados pela PGR”, afirmou o ministro.
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