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Politica Brasil
Quarta - 24 de Maio de 2006 às 07:07
Por: Sônia Figueiras

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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pretende trabalhar contra a criação da CPI das Sanguessugas. Renan terá uma reunião ainda nesta semana com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e as lideranças das duas casas, na qual vai alertar para o desgaste que uma nova CPI pode representar. Segundo interlocutores próximos, para o presidente do Senado há enormes chances de uma CPI deste tipo acabar esvaziada por conta do calendário eleitoral que se aproxima. Renan também teme um repeteco dos resultados da CPI do Mensalão, que resultou em apenas três deputados cassados. Publicamente, Renan declara que "vai conferir as assinaturas, verificar se há fato determinado, se há preenchimento dos pressupostos constitucionais e decidir o que fazer".

O pedido de CPI, liderado pelos deputados Raul Jungmann (PPS-PE) e Fernando Gabeira (PV-RJ), já tem o número exigido de assinaturas, mas elas podem ser retiradas até a leitura do requerimento de instalação, que Renan só marcará depois da reunião com as lideranças. Com isso, a investigação do envolvimento de parlamentares no esquema de venda superfaturada de ambulâncias corre o risco de ficar restrito aos trabalhos das corregedorias da Câmara e do Senado.

Na Câmara, a comissão de sindicância encarregada de investigar o envolvimento de deputados nas fraudes apresenta hoje um relatório que definirá uma nova lista de investigados. A nova lista deverá se elevar dos atuais 16 para cerca de 30 nomes. É certo que entrarão no grupo dos investigados pelo menos 12 parlamentares que estão registrados no livro-caixa eletrônico da Planam, principal empresa do esquema, apreendido pela Polícia Federal e repassado à Câmara. Estes parlamentares são suspeitos de, como os demais 16, receber dinheiro do esquema em troca da colocação de emendas do Orçamento para compra de ambulâncias. Além disso, pelo menos três deputados cujos assessores são acusados de terem recebido propina do esquema também correm o risco de passarem à condição de formalmente investigados. A suspeita é de que, na verdade, os assessores estariam agindo sob as ordens de seus chefes.





Fonte: AE

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