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Politica Brasil
Quinta - 11 de Maio de 2006 às 07:10
Por: Aline Chagas

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Os deputados federais Ricarte de Freitas (PTB) e Welinton Fagundes (PL) serão investigados por uma comissão de sindicância da Câmara dos Deputados por indício de envolvimento em fraudes com emendas parlamentares, descobertas durante a Operação Sanguessuga. Os dois estão na lista que o corregedor-geral da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), divulgou ontem à noite, onde constam os supostos recebedores de dinheiro proveniente do esquema. Dezesseis deputados estão nessa lista (leia ao lado).

A mesa diretora da Câmara dividiu os 64 deputados previamente mencionados na Operação Sanguessuga em cinco listas. A primeira delas é a dos supostos recebedores de dinheiro. A segunda é a dos deputados que não foram claramente identificados.

A terceira é a dos deputados que não serão investigados por não terem sido constatados indícios de qualquer participação no esquema de compra irregular de equipamentos médicos e unidades móveis de saúde. Nessa lista constam os nomes de 36 parlamentares, entre eles Pedro Henry (PP), Thelma de Oliveira (PSDB) e Lino Rossi (PP).

A penúltima lista é a dos deputados que tiveram funcionários presos na Operação Sanguessuga, mas o corregedor-geral da Câmara aguardará mais informações da Polícia Federal para tomar providências. A quinta e última é a dos deputados que tiveram funcionários acusados de receber dinheiro, mas que ainda não foi identificado se eles agiam em nome do parlamentar.

Para o deputado Ciro Nogueira, esse é o maior escândalo do Congresso Nacional. A Mesa Diretora da Câmara se reuniu ontem durante à tarde para avaliar a triagem feita pela Corregedoria na lista dos deputados suspeitos de envolvimento no esquema de fraude licitatória.

A Corregedoria optou por fazer a triagem na lista encaminhada pela Polícia Federal porque considerou o documento “superficial”. Ciro Nogueira disse que o documento relacionava o nome de todos os parlamentares mencionados nas gravações de conversas telefônicas, independente de indícios de envolvimento nas irregularidades.

Anteontem, o presidente da Câmara Aldo Rabelo (PCdoB-SP) condenou a atitude da PF de divulgar nomes de todos os parlamentares, sem distinção, não separando o “joio do trigo”.

As declarações dos membros da Mesa Diretora causaram mal-estar na Polícia Federal em Mato Grosso, que elaborou uma nota oficial para rebater as críticas. A nota oficial foi lida ontem à tarde na sede da superintendência.

De acordo com a nota, a Polícia Federal requereu o encerramento das interceptações telefônicas no dia 25 de abril de 2006, após um ano de investigações. Quando se manifestou sobre o pedido, o Ministério Público Federal concordou com o encerramento das gravações e requereu o encaminhamento dos diálogos em que parlamentares foram “mencionados” para as instâncias competentes.

A PF explica que a lista com os deputados “mencionados” nas gravações foi encaminhada para a Justiça Federal, que encaminhou para as instâncias competentes.

“No caso dos parlamentares, à Câmara dos Deputados, ao Senado Federal e ao Procurador Geral da República, para conhecimento e providências, já que a essas instâncias caberia fazer o devido juízo quanto a indícios de crime, ou seja, separando o joio do trigo”, consta na nota.

A PF encerra dizendo que, com as devidas, cautelas encaminhou a relação completa dos parlamentares não por iniciativa própria, mas cumprindo os exatos termos da decisão judicial, de acordo com o requerimento feito pelo Ministério Público Federal.





Fonte: Diário de Cuiabá

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