Planalto pode incluir saída de Palocci na reforma ministerial

O Palácio do Planalto deve incluir a possível substituição do ministro Antonio Palocci da Fazenda na lista dos ministros que deixarão o governo até sexta-feira --data máxima para desincompatibilização. A reforma ministerial deve atingir os ministros que devem disputar algum cargo nas eleições de outubro.

Com a possível inclusão de Palocci na reforma, o Palácio tenta desvincular a saída do ministro da Fazenda da crise deflagrada pela quebra do sigilo do caseiro Francenildo Costa. O caseiro contradisse Palocci na CPI dos Bingos ao afirmar que viu o ministro várias vezes na casa alugada em Brasília pelos ex-assessores de Ribeirão Preto. A CPI suspeita que a casa era usada para fechamento de negociatas e festas com prostitutas.

A reforma ministerial deve ser discutida entre Lula e os ministros Jaques Wagner (Relações Institucionais), Dilma Roussef (Casa Civil) e Luiz Marinho (Trabalho). O senador Aloizio Mercadante (PT-SP), o mais cotado para assumir o lugar de Palocci, também deve participar do encontro.

O Planalto quer privilegiar o Senado na reforma ministerial. É que os senadores têm mandato de oito anos e podem ocupar um ministério sem se preocupar com as eleições de outubro. O destino de Wagner também deve ser definido na reunião de hoje. O ministro já declarou publicamente a intenção de disputar o governo da Bahia. O Planalto, entretanto, pode pedir para Wagner ficar no governo para ajudar a debelar a nova crise. Se ficar, Wagner deve assumir a coordenação de campanha de Lula à reeleição.

Entre os cotados para deixar o governo até sexta-feira estão os ministros José Alencar (Defesa), Saraiva Felipe (Saúde), Agnelo Queiroz (Esportes), José Fritsch (Pesca), Marina Silva (Meio Ambiente), Ciro Gomes (Integração Nacional), Miguel Rosseto (Desenvolvimento Agrário), Paulo Bernardo (Planejamento), Helio Costa (Comunicações) e Alfredo Nascimento (Transportes).