Freire avisa que disputa o Planalto

O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (PE), reafirmou ontem a pré-candidatura ao Palácio do Planalto. Assegurou ainda que a disposição de pleitear a sucessão do presidente Lula será ratificada pelo partido neste fim-de-semana, durante encontro a ser realizado em Belo Horizonte (MG).

A disposição de Freire pode complicar os projetos do governador Blairo Maggi, que teme se afastar dos atuais aliados por causa da pré-candidaura do PPS e da manutenção da verticalização. Em entrevista para A Gazeta, Freire afirmou que até está disposto a discutir as conjunturas regionais, porém, frisa que a prioridade da sigla será a sucessão nacional.

"O PPS mantém sua candidatura própria à Presidência. Se a elite financeira pensa que o resultado das eleições já está definido, ou seja, que ela já ganhou o pleito, engana-se", diz Freire, em trecho de nota pública. Ele alega ainda que a candidatura representa uma alternativa ao neoliberalismo, representado por PSDB, PFL e PT.

Freire diz acreditar também que, disputando a sucessão do presidente Lula, pode ajudar o partido a atingir a cláusula de barreira, que exige que as agremiações obtenham 5% de votos nos estados para continuarem recebendo recursos do fundo partidário. A cúpula do PPS concorda, apesar das críticas de diretórios estaduais, que querem liberdade para construir alianças.

Em relação às coligações, o presidente nacional do PPS orienta os correligionários para que a prioridade seja a aproximação ao PDT e PV. As duas legendas mantêm oposição a Lula e sinalizam na formação de um novo bloco de oposição.

Em Mato Grosso, o PPS prefere repetir a coligação que em 2002 aglutinou também PFL e PP. A aliança com os pefelistas, no entanto, é inviabilizada porque a cúpula nacional da legenda admite apoiar a candidatura presidencial do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.