Ex-presidente cita trunfo que possibilitou esquema

Em depoimento, Cláudio Pires admitiu que uma das primeiras medidas tomadas ao assumir a presidência da Iomat foi mudar a metodologia de pagamento dos débitos de empresas junto ao Estado. Isso facilitou as irregularidades operacionalizadas por Dilma Mota Cursino.

Até dezembro de 2002, último ano do governo Dante de Oliveira e Rogério Salles (ambos do PSDB), as dívidas não eram quitadas através de cheques pré-datados e nem na boca do caixa da Iomat. Com as mudanças adotadas pelo novo presidente em janeiro de 2003, o poder se concentrou na mão da nova diretora-financeira, que depositava os cheques em contas bancárias ligadas a Pires.

Diante do depoimento, o advogado de Cláudio Pires, Waldir Caldas, admite pedir a condenação do cliente por negligência ou peculato culposo, ou seja, sem premeditação. A pena de 2 a 8 anos para a apropriação de recursos públicos, com isso, seria aliviada.

Lícito - Os depoimentos de Pires e Dilma foram realizados anteontem. Na ocasião, ele negou ter enriquecido ilicitamente e garantiu desconhecer as irregularidades cometidas pela ex-amiga. Relatou ter como patrimônio apenas uma residência no bairro CPA IV, outra na Morada do Ouro, um jipe Troller, um veículo Gol e contas bancárias. (TM)