Genu define situação de Henry

O depoimento hoje do ex-assessor da liderança do PP na Câmara, João Cláudio Genu, ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar será decisivo para nortear o futuro político do deputado Pedro Henry (PP). A partir das 14h, Genu será ouvido pelo deputado Orlando Fantazzini (PSOL-SP), relator do processo que investiga a suposta participação do mato-grossense no esquema do "mensalão". O depoimento de Genu é tido como o mais importante do processo.

À Polícia Federal, Genu disse que cumpria ordens da direção do PP para efetuar saques nas contas do empresário Marcos Valério, acusado de operar o "mensalão" junto com o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares. Genu comentou que Henry tinha conhecimento do pagamento de mesada para parlamentares da base do governo Lula.

Logo às 10h, o relator ouvirá o deputado Pedro Corrêa (PP-PE), também investigado como beneficiário do "mensalão". Como é colega de partido do mato-grossense, Corrêa não deve comprometer Henry. Se Henry for cassado, ficará inelegível por oito anos, enterrando, com isso, e, o sonho de concorrer ao Senado. Caso seja absolvido, o deputado aposta que conquistará cadeira de senador no palanque do governador Blairo Maggi.

Além de Genu e Corrêa, o relator já solicitou a oitiva do deputado federal José Janene (PP-PR), também investigado, e do ex-presidente do PP no Distrito Federal, Benedito Domingos, que afirmou ter recebido proposta em dinheiro de Henry para abandonar a presidência do partido - leia mais sobre o que pesa contra Henry no quadro ao lado. De acordo com Fantazzini, Domingos foi chamado a depor na semana retrasada, mas não compareceu. Ainda não há data marcada para as oitivas. "Benedito não foi, nem justificou. Esse é o principal empecilho. Estou tentando marcar novamente. Cada um vai fazer o juízo de valor que achar melhor sobre o comportamento dele. O ideal era ir lá e prestar depoimento", frisa o relator.