Bezerra reclama da indiferença do governador

O encontro de dirigentes estaduais do PL, PMDB e PTB foi marcado ontem por duras críticas ao governador Blairo Maggi (PPS). Apesar de todos garantirem que uma eventual coligação com o empresário no ano que vem não está descartada, o tom dos discursos sugeriu distanciamento da base governista.

O presidente do PMDB, ex-senador Carlos Bezerra, reclamou do tratamento político oferecido por Maggi. Ao afirmar que telefonou para o governador oferecendo apoio partidário mas foi recebido com indiferença, chegou a dizer "dane-se" se referindo ao chefe do Executivo. Bezerra também classificou como "moralmente condenável" a decisão do governador em contratar no serviço público funcionários ligados ao grupo Amaggi. "Ele (Maggi) acha que sabe tudo. Dane-se", afirmou.

O presidente do PL, deputado Wellington Fagundes, criticou também o relacionamento de Maggi e os partidos da base governista. Alegou que o governo não é administrado por uma coalizão, apesar de ter sido eleito com apoio do PFL e PP. "Os aliados do PPS reclamam todo dia que não têm espaço. Entendemos que não se pode estar na campanha de uma forma e não ter participação na administração".

O presidente do PTB, deputado Ricarte de Freitas, foi o mais cauteloso entre os dirigentes. Apesar de sempre reclamar da falta de articulação política do governo, disse ontem que as críticas atualmente não terão grande influência no futuro do grupo.

Além das críticas, os dirigentes partidários concordaram também com a tese de que as discussões em grupo sobre alianças fortalecem cada uma das legendas. A reunião de ontem foi a primeira oficial entre os três partidos. O encontro foi realizado em Cuiabá e contou com representantes do PSL e PSC.

Conjecturas - Além de uma remota aliança com Maggi, o bloco admite ainda aproximação com o PSDB do senador Antero Paes de Barros, o PT da senadora Serys Marly ou ainda o lançamento de um candidato próprio ao Palácio Paiaguás.