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Morre o filósofo francês Paul Ricoeur
O filósofo francês Paul Ricoeur, que marcou toda sua obra próxima ao existencialismo cristão por uma vontade reflexiva, morreu na madrugada desta sexta-feira aos 92 anos, anunciou neste sábado o jornal Libération.
O falecimento de Ricoeur, que publicou sua última obra L'Hermenéutique biblique (A Hermenêutica Bíblica) em 2001 estava doente há meses, indicaram fontes próximas ao filósofo.
Fora dos ambientes acadêmicos, eram conhecidos seus pronunciamentos como cristão de esquerda contra todo tipo de totalitarismo e contra a guerra, nos quais pesaram muita sua fé protestante. Também foi bastante midiatizado seu envolvimento no movimento estudantil do "maio francês de 68" como professor da recentemente criada universidade de Nanterre, ao defender os estudantes que incentivavam a revolta.
No entanto, após ser eleito decano da faculdade, foi objeto de ataques desses mesmos estudantes no início de 1970, e para acabar com as revoltas recorreu à polícia que reprimiu os protestos com dureza e ele ficou em uma situação insustentável que levou a sua demissão.
A partir desse momento, Ricoeur desenvolveu a maior parte de sua carreira e de sua obra no exterior, em Louvain, Genebra, Montreal e sobretudo nos Estados Unidos. O filósofo nasceu em 1913 em Valence (sudeste da França), ficou órfão muito pequeno e se licenciou em filosofia em Rennes (noroeste da França) em 1935, o que marcou o início de seu trabalho como professor em vários liceus, até que foi convocado em 1939 para a Segunda Guerra Mundial.
Ricoeur foi feito prisioneiro e esteve detido na Polônia e na Alemanha durante quatro anos. Em sua volta à França, foi um dos incentivadores da revista "Esprit", verdadeira tribuna do existencialismo cristão, e amigo de seu responsável Emmanuel Mounier.
Em 1956 conseguiu a cátedra de filosofia na Sorbonne de Paris, mas 10 anos depois deixou essa universidade para participar da criação da de Nanterre, que seria o viveiro do movimento do "maio francês de 68".
Intelectualmente, participou dos grandes debates do pós-guerra sobre a lingüística, a psicanálise, o estruturalismo e a hermenêutica, com um interesse particular pelos textos sagrados do cristianismo.
De fato, em sua obra Deus aparece como a voz da Bíblia, e para se aproximar Dele, o filósofo entendia que a melhor maneira era aplicar-se à arte de interpretar os textos bíblicos. Seu trabalho hermenêutico, que partia da consideração de Karl Marx, Friedrich Nietzsche e Sigmund Freud como os "professores da suspeita", era um exercício de desmistificação dos símbolos, que segundo sua opinião eram a mostra da relação com o sagrado, e após os quais havia que buscar a verdade primeiro.
O falecimento de Ricoeur, que publicou sua última obra L'Hermenéutique biblique (A Hermenêutica Bíblica) em 2001 estava doente há meses, indicaram fontes próximas ao filósofo.
Fora dos ambientes acadêmicos, eram conhecidos seus pronunciamentos como cristão de esquerda contra todo tipo de totalitarismo e contra a guerra, nos quais pesaram muita sua fé protestante. Também foi bastante midiatizado seu envolvimento no movimento estudantil do "maio francês de 68" como professor da recentemente criada universidade de Nanterre, ao defender os estudantes que incentivavam a revolta.
No entanto, após ser eleito decano da faculdade, foi objeto de ataques desses mesmos estudantes no início de 1970, e para acabar com as revoltas recorreu à polícia que reprimiu os protestos com dureza e ele ficou em uma situação insustentável que levou a sua demissão.
A partir desse momento, Ricoeur desenvolveu a maior parte de sua carreira e de sua obra no exterior, em Louvain, Genebra, Montreal e sobretudo nos Estados Unidos. O filósofo nasceu em 1913 em Valence (sudeste da França), ficou órfão muito pequeno e se licenciou em filosofia em Rennes (noroeste da França) em 1935, o que marcou o início de seu trabalho como professor em vários liceus, até que foi convocado em 1939 para a Segunda Guerra Mundial.
Ricoeur foi feito prisioneiro e esteve detido na Polônia e na Alemanha durante quatro anos. Em sua volta à França, foi um dos incentivadores da revista "Esprit", verdadeira tribuna do existencialismo cristão, e amigo de seu responsável Emmanuel Mounier.
Em 1956 conseguiu a cátedra de filosofia na Sorbonne de Paris, mas 10 anos depois deixou essa universidade para participar da criação da de Nanterre, que seria o viveiro do movimento do "maio francês de 68".
Intelectualmente, participou dos grandes debates do pós-guerra sobre a lingüística, a psicanálise, o estruturalismo e a hermenêutica, com um interesse particular pelos textos sagrados do cristianismo.
De fato, em sua obra Deus aparece como a voz da Bíblia, e para se aproximar Dele, o filósofo entendia que a melhor maneira era aplicar-se à arte de interpretar os textos bíblicos. Seu trabalho hermenêutico, que partia da consideração de Karl Marx, Friedrich Nietzsche e Sigmund Freud como os "professores da suspeita", era um exercício de desmistificação dos símbolos, que segundo sua opinião eram a mostra da relação com o sagrado, e após os quais havia que buscar a verdade primeiro.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/338702/visualizar/
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