Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Segunda - 18 de Abril de 2005 às 06:44
Por: Romilson Dourado

    Imprimir


O grupo do empresário e governador Blairo Maggi (PPS) decidiu se distanciar do PP, sob argumento de que a legenda trouxe para o palanque o deputado José Riva, e definirá, em detrimento de Pedro Henry, um nome que represente a Baixada Cuiabana na disputa à senatória.

O procurador da República, José Pedro Taques, já recebeu o convite de Maggi e ficou de refletir sobre a possibilidade. O juiz federal Julier Sebastião da Silva, que antes de ingressar na magistratura teve atuação no PT, também é apontado como opção. Ambos já estiveram reunidos com o governador para discutir candidatura.

Se o Congresso Nacional derrubar a verticalização das coligações, Taques se filiará ao PT, o que facilitaria aliança com Maggi. Outros nomes petistas são cogitados para uma eventual composição de chapa majoritária, como o deputado federal Carlos Abicalil e o procurador do Estado, Alexandre César, derrotado nas urnas pelo próprio Maggi em 2002.

Essas discussões começam a provocar reviravolta, levando os líderes a mexerem no tabuleiro político. O projeto de reeditar a aliança de 2002, com PPS, PFL e PP, que levou Maggi à conquista do Palácio Paiaguás, está praticamente enterrado. Com o racha, a tendência é do PP se unir ao PFL.

Segundo o ex-prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz, Maggi já havia alertado Henry, dirigente do PP no Estado, para não cooptar líderes políticos que possam contrariar o discurso do governo e eventualmente provocar desgaste na campanha eleitoral. Muniz se refere a Riva, ex-presidente da Assembléia Legislativa, que enfrenta processo de investigação judicial.

O socialista nega que o veto ao "novo PP" seja motivado por divergências pessoais com o deputado Riva, que tem feito críticas à gestão de sua esposa, a secretária de Estado de Educação, Ana Carla Muniz.

Numa declaração polêmica, Percival Muniz, um dos principais interlocutores do governador, disse no sábado e repetiu ontem que, "com o PP tomando um novo rumo, assim como caminha o PFL" de Jaime Campos, as articulações ficam mais claras e fáceis e permitem ao PPS buscar novas alternativas. Insinua que o grupo do governador prefere uma aliança com o PT, PDT e com outras legendas que a verticalização possa permitir.

Ex-prefeito de Rondonópolis (1999/2004), Muniz alega que o PPS se sente no direito de reavaliar a aliança com o PP porque o deputado Henry, principal líder da legenda, não teve o mesmo desprendimento do governador na tentativa de evitar conflitos na base aliada. Lembra que o então candidato a prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), iria se filiar ao PPS mas, por exigência de Henry, o hoje prefeito teve que recuar. À época, Henry argumentou que Santos não havia apoiado Maggi em 2002 e que se o tucano aderisse ao PPS romperia com o governo. "O Wilson Santos poderia ser o prefeito hoje do PPS. Só não está no partido por causa do Pedro Henry. Agora, ele não pode reclamar".

Dentro do PPS, além de Muniz, os secretários estaduais Luiz Pagot (Infra-estrutura) e Otaviano Pivetta (Desenvolvimento Rural) também defendem ruptura com o Partido Progressista. O presidente regional da legenda, Roberto França, deve convocar uma reunião emergencial da executiva para esta semana com vistas a debater o assunto, antes dos próximos encontros regionais, programados para os dias 29 e 30 deste mês.




Fonte: A Gazeta

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/345768/visualizar/