Política econômica será tema principal de encontro do PT

O debate sobre a política econômica deverá dominar o encontro do "Campo Majoritário" --tendência do PT que tem uma participação de 60% no partido.

O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) afirmou hoje que os dois pontos principais da política econômica do governo foram a não permanência junto ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e os resultados dos indicadores de crescimento de emprego.

Na avaliação de Cunha, a política econômica nestes dois anos do governo Lula "ocupa um lugar central positivo".

No final de março, o governo anunciou que o acordo com o FMI, que venceu em março, não seria renovado. Desde 1998 o Brasil contava com a ajuda do Fundo.

Segundo Cunha, apesar da relevância da política econômica no governo "os principais instrumentos [como a utilização do aumento de juros para conter a inflação e a economia feita para o pagamento de juros, o superávit primário] não precisam fazer parte dos documentos históricos do PT porque são utilizados de forma circunstancial e de acordo com o momento".

Já o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), afirmou que a política econômica deverá ser questionada no encontro. Ele citou o aumento das taxas de juros dos últimos sete meses --a taxa básica de juros da economia, a Selic, está em 19,25% ao ano após sete elevações consecutivas. O senador defende a transmissão da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) pela Radiobrás para que se entendesse os motivos das decisões do comitê.

Para ele, isso levaria novas idéias aos participantes da reunião --o presidente do BC, Henrique Meirelles, e os oito diretores da instituição.

O objetivo do encontro do "Campo Majoritário", que acontece hoje e amanhã, é analisar a atuação do governo nesses dois anos e definir uma plataforma para o candidato desta corrente á presidência do partido. A eleição ocorre em setembro. José Genoino é o atual presidente do PT.