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Politica Brasil
Sábado - 09 de Abril de 2005 às 10:15

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Desde que iniciei um tratamento homeopático, com a Dra. Zamarat Camargo, estou enxergando com mais clareza algumas questões que antes me passavam desapercebidas ou que desprezava.

Uma delas é que a ganância, em todos os seus sentidos, não fica impune. As contas que temos de acertar, pela ganância que praticamos, não são acertadas no céu, como se imagina, mas aqui mesmo na terra.

O PT era o partido da ética. Impecável. Ao imaginar, que para atingir o poder central, seria preciso cometer pequenos desvios de conduta não titubeou, os cometeu. Aliou-se ao PL e aceitou o apoio de uma parcela da oligarquia nacional. Não percebeu que aquela era a sua hora, que poderia chegar ao poder central sem esses pequenos desvios. Se tivesse se dado ao trabalho de pesquisar a história política recente do país, teria enxergado que essas alianças são daninhas após a conquista do trono. Ainda mais o PT, que já havia conquistado municípios e estados sem esse artifício letal, com apoio dos seus tradicionais aliados de esquerda.

A fresta aberta durante a campanha, facilitou que a abertura da porteira fosse total a partir da posse de Lula presidente. Para não se corromper totalmente e não chamar a atenção do povão, o PT escamoteou a estratégia de aumentar a bancada de apoio ao governo, engordando os partidos aliados em nome da governabilidade. Tinha um competente operador executando essa tarefa – Waldomiro Diniz, escolhido a dedo por José Dirceu, que conhecia os seus dotes para tal tarefa.

Na verdade, o PT queria emagrecer a oposição no Congresso, criar mecanismos para ter sob seu controle a imprensa e a cultura e calar os seus radicais com todo tipo de ameaça. Para exemplar os rebeldes, expulsou alguns. Imaginou que isso bastaria. Um exercício de ganância insaciável tomou conta do PT. Aos poucos foi se desfigurando.

Mas como aqui se faz, aqui se paga, o PT hoje vai quitando uma alta fatura por todos os seus desvios de conduta. A penitência se expressa nas folhas corridas de Carlos Bezerra, Romero Jucá, Henrique Meirelles e outros menos votados. Uma penitência que fica explicita, quando o governo reconhece que exagerou no discurso da herança maldita, como é o caso do cadastro único da Bolsa Família, feita pelo governo anterior e que Lula criticou com a seguinte frase: “Nós não tínhamos um cadastro único. Nós tínhamos um monte de endereços e a gente não sabia se aquela pessoa precisava ou não precisava”.

Pagando pelo açodamento da afirmativa, Lula vê agora seu próprio governo, através do Ministério de Desenvolvimento Social, reconhecer que “havia um mito de que o cadastro era ruim e tinha tantos problemas que precisaria haver um recadastramento. Isso precisa sair do imaginário. O cadastro deve ser aproveitado. Ele tem problemas, mas a dimensão dada era maior”.

A cada dia que passa, o PT vai honrando o ditado popular que “aqui se faz, aqui se paga”.





Fonte: Primeira Hora

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