Na AL, 80% já mudaram de sigla

Oitenta por cento dos 24 deputados já mudaram de partido. Apenas cinco deles, portanto, continuam com a mesma filiação desde o início de suas trajetórias políticas. Renê Barbour (PPS) é o campeão do troca-troca na Assembléia Legislativa. Já milita na sexta legenda.

José Riva, eleito em 2002 pelo PSDB, está atualmente no PTB e deve migrar para outra sigla nos próximos dias (provavelmente o PP). Já se filiou em cinco legendas. Ele ocupa o segundo lugar no ranking dos parlamentares que mais mudaram de agremiação.

Depois de Barbour e Riva, aparece o ex-presidente e ex-primeiro-secretário da AL, Humberto Bosaipo, que retornou ao PFL no último dia 11. Também passou por cinco partidos e ocupa com Riva o segundo lugar no ranking - ver quadro.

Entre os que ainda não mudaram de partido, José Carlos do Pátio (PMDB) é o único reeleito na Assembléia. Vera Araújo, Ságuas Moraes (ambos do PT) e Nataniel de Jesus (PMDB) foram eleitos pela primeira vez em 2002. O engenheiro Sebastião Rezende também ingressou na Casa na última eleição geral, mas deixou o PTB no ano passado.

Renê Barbour, que já disputou sete eleições, acredita que atualmente a fidelidade partidária não tem grande importância para a atuação parlamentar por causa da fragilidade das siglas. Ressalta também que, no seu caso, grande parte do troca-troca foi motivado por mudanças na legislação eleitoral e extinção da UDN, Arena e PDS.

"Hoje em dia, a maioria dos partidos brasileiros tem uma programação leviana. Alguns até nem têm programação nenhuma ou sequer orientam os filiados sobre a forma como agir. Por isso, acredito que só a reforma política para mudar toda essa situação. Infelizmente, os partidos atuais são importante apenas para o registro de candidatura ou coisas desse gênero. Fico no PPS, por exemplo, porque tenho um grupo de amigos onde me sinto tranquilo e respaldado também para trabalhar", argumentou Barbour.