Aliado de Maggi vai para o PFL

O empresário Gilberto Goellner, primeiro-suplente do senador Jonas Pinheiro (PFL), admitiu ontem trocar o PPS pelo PFL, fez rasgados elogios a Jaime Campos, que ensaia pré-candidatura ao Palácio Paiaguás, e aconselhou o governador Blairo Maggi (PPS) a não migrar para o PMDB, sob pena de perder grandes aliados. Também criticou a falta de entrosamento e diálogo no PPS.

Goellner faz parte da chamada turma da botina, grupo fiel ao governador. Seu provável ingresso no bloco que caminha para a oposição representa um sinal de descontentamento com o governo.

O empresário disse que recebeu convite para filiação do senador Jonas, de Jaime e do ex-prefeito de Alto Garças, Roland Trentini. Ele observa que, primeiro, vai aguardar o desenrolar de todo o processo, desde a conjuntura estadual, principalmente em relação ao futuro partidário do governador Maggi, até a definição sobre a derrubada ou não da verticalização, que obriga os partidos nos Estados a repetirem as mesmas coligações feitas em âmbito nacional. A partir dai, Goellner decide se permanece no PPS ou se muda para o PFL.

Ele fez questão de citar que sua decisão partidária dependerá dos conselhos de Jonas. Nega que sua provável migração para o PFL esteja condicionada a acerto para assumir cadeira de senador. Apesar disso, comentou: "vou ouvir muito o senador. De repente ele precisa de mim para assumir o cargo (de senador) numa emergência".

Gilberto Goellner diz que o PFL é uma "ótima opção" para se filiar. Falou da agremiação como se já estivesse fazendo parte do quadro. Enfatiza que no partido há "grandes líderes" e cita Jonas, Jaime, Trentini, o empresário e prefeito de Guiratinga, Hélio Goulart, e também o prefeito Faustino Dias Neto, de Santo Antônio de Leverger.

"O PFL está trabalhando seu fortalecimento, está bem organizado, ouve as bases e tem lideranças de força no Estado e também em nível nacional". Quanto a seu partido, o PPS, Goellner não desperdiça críticas: "Falta ao PPS entrosamento, diálogo".

Segundo o suplente de senador, Jaime Campos está bastante motivado. "Ele (Jaime) saiu daquela depressão (devido à morte do filho Jaiminho em acidente automobilístico) e está entusiasmado. Ele hoje fala que não é candidato a governador e que quer fazer algo pelo governo Maggi. Mas já disse que se o Blairo se afastar, ele também se afasta".

Para Goellner, a chapa governista "ideal" seria Maggi à reeleição, com Jaime de vice ou até mesmo o ex-prefeito de Várzea Grande para o Senado. "Acho que o Blairo deveria trabalhar para manter a coligação de 2002, incluindo o PP".