Ações paralelas do governo federal tentam revitalizar rio São Francisco

Estudos da Agência Nacional de Água (ANA) mostram que a quantidade média de água no rio São Francisco continua a mesma ao longo dos anos. O problema é que o desmatamento nas margens não permite a absorção do líquido pelo solo, responsável natural pela regulagem da vazão do rio. Com isso, a água escorre rapidamente pela bacia em direção ao mar.

Para solucionar problemas como esse, o governo federal lança neste ano o Programa de Revitalização da Bacia do Rio São Francisco. Em 2004, foram investidos R$ 26 milhões no programa. Para 2005, estão previstos R$ 100 milhões. O coordenador do programa, Maurício Laxe, diz que a verba está sendo usada em projetos de saneamento, despoluição e reflorestamento.

O Ministério do Meio Ambiente planeja aumentar a área das unidades de conservação na região, principalmente no Parque Nacional do Canyon do São Francisco e na área de proteção do Xingó. "Também iniciamos convênio com a Prefeitura de Ibotirama (BA) para recuperar um antigo vapor do São Francisco", conta Laxe. Segundo ele, o barco-escola dialoga tanto no resgate das questões culturais como na educação ambiental e na sensibilização das comunidades para que participem do programa de revitalização. "Depende da integração com todos."

Com a degradação do rio São Francisco, 30% de sua extensão deixaram de ser navegáveis. Para conscientizar a população, o governo também aposta na educação ambiental. Alguns projetos já estão sendo desenvolvidos em regiões próximas ao São Francisco. Eles contam com a criatividade e a disposição de pessoas como a educadora Terezinha Moura, de Sergipe. Com material cedido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), ela ensina crianças e jovens da comunidade de Mocambo, no município de Aquidabã, a preservar o rio. Mocambo tem 350 moradores.

"O rio São Francisco abastece essa comunidade, o peixe que chega aqui vem do São Francisco. Apesar de eles não terem muito esse conhecimento, a gente está alertando para que haja uma preservação e uma conscientização bem maior", revela Terezinha. "Se o rio seca, toda a comunidade será afetada. As pessoas só têm água encanada em casa por causa do rio."