Conselho Nacional de Recursos Hídricos aprova repúdio a relatório de ONG

O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) aprovou na manhã de hoje moção de repúdio ao relatório produzido pela organização não-governamental (ONG) Defensoria da Água. Intitulado O Estado real das águas no Brasil 2003-2004, o estudo faz um balanço da contaminação das águas no Brasil e aponta grandes empresas como poluidoras.

Segundo o representante dos comitês do CNRH, Carlos Alencastre, existem erros graves no relatório. “Não há fontes para provar alguma coisa e isso nos preocupa. O relatório não é totalmente inverídico – dizer, por exemplo, que o Rio Tiete está poluído não é nenhuma inverdade. Mas dizer que nada está sendo feito é outra coisa. É preciso saber quantos milhões são gastos na transposição do rio”, afirmou.

O relatório foi apresentado ontem em Genebra, na Suíça, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento (Unctad). O secretário-geral da ONG, Leonardo Morelli, lamentou a moção aprovada no Conselho. “Temos uma série de provas de que as águas estão numa situação degradável. Esse tipo de atitude (o repúdio) é tomado para tentar preservar os empregos dos burocratas e tecnocratas que estão aliados às grande indústrias. Houve ameaças por parte dessas indústrias, que não querem ser fiscalizadas”, avaliou.

O representante dos comitês, Carlos Alencastre, rebateu críticas de Morelli sobre a falta de participação da sociedade civil nas decisões do Conselho: “As reuniões são públicas e as decisões são debatidas – todo mundo se manifesta."