MP recebe dossiê sobre corrupção

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já apresentaram à Procuradoria da República no Estado denúncias de crime eleitoral envolvendo candidatos, eleitos ou não, de 14 municípios - ver quadro. De acordo com o coordenador do MCCE, Antônio Cavalcanti Filho, o Ceará, um novo dossiê com outros relatos deve ser entregue ainda nesta semana.

Francisco Faiad, presidente da OAB, informa também que as entidades já receberam aproximadamente 50 denúncias de compra de voto. Há também, segundo o magistrado, cerca de 250 relatos de crime de boca-de-urna no dia da eleição.

"Essas denúncias já foram encaminhadas ao Ministério Público, ao corregedor eleitoral e ao procurador eleitoral da República. A expectativa é grande e no sentido de que essas pessoas perderão os seus cargos da mesma forma que ocorreu com o Rogério Silva (PPS). Em toda essa documentação, observamos que as provas que estão aí são idênticas as que resultaram na cassação do ex-deputado", avalia Ceará.

Segundo ele, a cassação do ex-parlamentar anima os membros do MCCE e também os eleitores que querem contribuir com o Movimento. "Como temos jurisprudência, acredito que esses relatos irão culminar com a perda de mandato ou até impossibilitar a diplomação. Estão chegando novas denúncias todos os dias".

Contra Maggi - O MCCE deve encaminhar ainda nesta semana denúncia contra o governador Blairo Maggi. De acordo com acusação anônima, o chefe do Executivo teria incitado o crime de boca-de-urna durante comício em Chapada dos Guimarães. O prefeito eleito, Gilberto Mello (também do PPS), nega.

Segundo a denúncia, durante comício no dia 29 de setembro Maggi afirmou aos correligionários que poderiam fazer boca de urna. O evento foi realizado ao lado da Igreja Matriz. "Ele disse que poderiam fazer boca de urna mas tinham que votar primeiro", diz trecho da acusação, ao se referir ao suposto discurso de Maggi.