Lula pedirá na ONU mobilização mundial contra fome

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedirá na ONU uma ampla mobilização política internacional em torno da luta contra a fome e a pobreza para que a agenda social volte a ser uma prioridade entres as preocupações mundiais, afirmou Maria Nazareth Azevedo, assessora do Ministério das Relações Exteriores.

Lula promoverá no dia 20 em Nova York, véspera da abertura da Assembléia Geral da ONU, uma reunião para a qual foram convidados vários líderes mundiais. Nela, o presidente apresentará propostas voltadas ao combate da fome e da pobreza preparadas por técnicos de Brasil, França, Chile e da própria Secretaria Geral das Nações Unidas.

Entre as ações analisadas, incluídas num informe apresentado hoje, estão a criação de investimentos voluntários socialmente responsáveis e de taxas internacionais sobre operações financeiras e sobre o comércio de determinadas armas, explicou a funcionária do Itamaraty.

"As estatísticas mostram que estamos perdendo a guerra contra a fome e a pobreza no mundo", disse Maria Nazareth. "Cerca de 800 milhões de pessoas vivem com um dólar por dia, 24 mil pessoas morrem diariamente de causas relacionadas à pobreza e a cada cinco minutos 11 crianças morrem pelos mesmos motivos", acrescentou.

Em janeiro, em Genebra, os presidentes do Brasil, da França e do Chile, além do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, iniciaram um programa de ações para identificar fontes alternativas para o financiamento do desenvolvimento. Posteriormente, a Espanha aderiu ao grupo.

De acordo com Maria Nazareth, 55 líderes mundiais confirmaram presença na reunião convocada por Lula, entre eles, o francês Jacques Chirac e o espanhol José Luiz Rodríguez Zapatero.

Ela afirmou que são necessários US$ 50 bilhões por ano para cobrir o déficit do financiamento do desenvolvimento e que apenas a mobilização política internacional resolveria o problema.