Bezerra vai administrar R$ 127 bi no INSS

O ex-senador Carlos Bezerra finalmente será nomeado ao cargo de presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Bezerra havia sido indicado pela cúpula do partido e estava à espera da nomeação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-senador irá administrar um orçamento anual de cerca de R$ 127 bilhões, o que equivale a 30 vezes o orçamento de Mato Grosso.

Carlos Bezerra está em São Paulo e não irá se pronunciar sobre o assunto até que seja oficialmente nomeado pelo presidente. O ex-senador viajou a São Paulo para participar do lançamento da pré-candidatura de Michel Temer à prefeitura da capital paulista. Temer é presidente nacional do PMDB.

Autonomia - O ministro da Previdência Amir Lando (PMDB) havia ameaçado pedir demissão do cargo e um dos motivos seria a insatisfação de Lando pela demora na escolha do novo presidente para o INSS. O ministro alegava não ter autonomia para nomear os auxiliares e assinará com o presidente Lula a nomeação do ex-senador.

De acordo com o jornal Folha de São Paulo, Lula deu o sinal verde para a nomeação de Bezerra após um jantar realizado quinta-feira com a cúpula do PMDB no Palácio da Alvorada, em Brasília. Com uma lista de cargos federais na mão, o presidente arbitrou uma a uma as pendências do partido, que têm mais de seis meses.

Repercussão - O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), advertiu para a eventual repercussão negativa da nomeação de Bezerra. O líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), disse que a indicação era unânime da bancada do Senado, que assumiria a responsabilidade por ele. "Qualquer problema, o senhor demite", disse, segundo relato de presentes.

Participaram do jantar o ministro José Dirceu, da Casa Civil; Aldo Rabelo, da Coordenação Política; Almir Lando; Eunício Oliveira, das Comunicações; senador José Sarney, presidente do Senado; Michel Temer, presidente nacional do PMDB; e os líderes do PMDB no Senado, Renan Calheiros, e na Câmara, José Borba.