Candidatos abrem mão de sigilos

Os candidatos do PPS que disputarem as eleições municipais deste ano terão que abrir mão de seus sigilos bancário e fiscal. A determinação foi decidida pelo Diretório Nacional do partido e está expressa em resolução partidária. Para o presidente do Diretório Municipal de Cuiabá, Cláudio Pires, a medida é uma forma de dar transparência ao processo eleitoral.

Pires pondera que a quebra de sigilo só será solicitada em casos extremos. “Nós vamos sair investigando ninguém, só se houver necessidade, se o candidato estiver respondendo a alguma denúncia”, explicou. Além disso, a disponibilidade dos dados bancários e fiscais permitirá que tanto o eleitor como a direção do partido acompanhem a evolução do patrimônio de um vereador ou prefeito eleito pelo PPS.

Segundo informou a assessoria do Diretório Nacional, a proposta já vinha sendo discutida há algum tempo, mas teve defesa veemente do deputado estadual Bernardo de Souza, pré-candidato a prefeito de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Outro pré-candidato a prefeito, deputado federal Raul Jungmann, decidiu disponibilizar seus dados antes mesmo da determinação oficial. Jungmann, que vai disputar a Prefeitura de Recife, já enviou carta ao TRE de Pernambuco abrindo mão de seus sigilos.

O vereador de Cuiabá, Ivan Evangelista, aprova a decisão do Diretório Nacional e acredita que é uma forma dos dirigentes conhecerem os candidatos. “Hoje, o PPS pode-se dizer que é um partido de esquerda, e ele não pode ter o que esconder”, comentou. A resolução estabelece ainda as datas para homologação de candidaturas.

As convenções para escolha de candidatos devem ser realizadas entre os dias 10 e 30 de junho. O comunicado da convenção deve ser divulgado oficialmente oito dias antes da data marcada. Poderão participar todos os militantes do partido filiados até 30 dias antes do ato político.

Os diretórios estadual e nacional participarão do processo de definição das alianças e, qualquer coligação que destoe da política nacional do partido terá que ser amplamente discutida com dirigentes das duas esferas para conseguir aprovação.