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Meio Ambiente
Segunda - 23 de Junho de 2014 às 16:57

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Os prejuízos provocados pela enchente do Rio Madeira continuam crescendo e só agora, com as águas baixando, os agricultores percebem o tamanho do estrago. Além das lavouras, muitas famílias perderam a própria casa.

Devastação por todo lado, marcas de uma enchente histórica. O rio ainda está muito sujo, mas a vida começa a retomar o ritmo nas águas do Madeira. O alvoroço dos botos é um sinal.

O Rio Madeira nasce na Cordilheira dos Andes, na Bolívia, onde foi batizado de Rio Beni, e percorre mais de 3,2 mil quilômetros até desaguar no Amazonas.

Para chegar até as comunidades ribeirinhas de Rondônia mais prejudicas pela cheia, a partida é do município de Humaitá, no Amazonas. O trecho total tem 100 quilômetros.

No estado de Rondônia, 135 mil pessoas foram atingidas pela enchente. Em Humaitá, só agora os agricultores ribeirinhos começam a avaliar o estrago provocado pela cheia nas lavouras.

Ozeas dos Santos conta que perdeu cacau, banana e hortaliças. Ele é um dos 50 agricultores do município que integram o programa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de Aquisição de Alimentos. Eles vendem o que sobra da produção, mas agora só vai ser possível plantar de novo quando a água baixar.

Técnicos do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas estão percorrendo as propriedades para ver o tamanho do prejuízo. No distrito de Calama, que pertence ao município de Porto Velho, a duas horas de viagem rio acima, só há poucas semanas a travessia voltou a ser feita com segurança.

Na casa de Ozil Ferreira, por pouco a água não cobriu a imagem de Nossa Senhora na parede. Ele tem muito trabalho para tirar a lama que ficou acumulada e ainda sem poder voltar para casa, junto com o filho Francisco, Ozil improvisa e dorme em uma barraca da Defesa Civil.

Quase 14 mil famílias foram desalojadas pela enchente em todo o estado de Rondônia. José Carril, de 73 anos, ainda conseguiu salvar muita coisa, mas a cozinha e o banheiro da casa foram destruídos. Enquanto os filhos ajudam na reconstrução, a maior preocupação agora está em outro lugar: a lavoura que garantia o sustento da família.

Parte da área ainda está alagada e onde a água baixou, o cenário mais parece de seca. Em toda a região, plantações inteiras apodreceram com tanta água.

Raimundo da Silva encara a lama de pés descalços. O trabalho, por enquanto, é apenas o de retirar as ramas secas.

Na Vila dos Papagaios, o posto de saúde da comunidade também foi atingido.





Fonte: Globo Rural

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