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Politica Brasil
Quinta - 30 de Abril de 2015 às 00:09

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Depois de anunciar rompimento e voltar atrás há poucas semanas, o ex-governador e senador mato-grossense Blairo Maggi (PR) conquistou destaque na mídia nacional, novamente, ao fazer duras críticas sobre o governo Dilma Rousseff. “Eu apoiei. Pedi voto. Me sinto enganado. E fui derrotado”, desabafou Maggi, durante sabatina do ministro Antônio Carlos Rodrigues (PR), dos Transportes, na Comissão de Infraestrutura do Senado.


A declaração de Maggi conquistou manchetes em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como Folha de São Paulo (veja aqui) e Universo Online (UOL), entre outros. A reação do senador mato-grossense ocorreu porque o ministro Antônio Carlos Rodrigues anunciou que várias obras estavam sendo paralisadas por falta de dinheiro e que sequer sabia quanto possuía, no caixa do Ministério dos Transportes.

O ministro dos Transportes anunciou que não tinha sequer previsão sobre quanto o ministério poderá investir, neste ano, o que prejudica o desenvolvimento dos projetos de infraesturutra. Rodrigues fez ‘joça’ ao lembrar os senadores deveriam sensibilizar o ministro Joaquim Levy, da Fazenda.

“Fui contra todos aqueles que não queriam a continuidade desse governo [Dilma Rousseff], hoje eu vejo que estava errado”, pontuou Maggi, apontando para Antônio Rodrigues.

Blairo Maggi lamentou que o governo não esteja pagando as empreiteiras que executam obras em Mato Grosso, especialmente na BR-163, e enxerga calote do governo Dilma Rousseff. “O governo pode escolher o que lançar, ou não... mas, deixar de pagar os fornecedores que já executaram os serviços é calote, só tem esse nome. O governo autorizou, mediu, processou e na hora de pagar não paga por que o ministro da fazenda está fazendo um superávit primário com dinheiro do passado?”, criticou Blairo Maggi.

Depois do desabafo, ele centro fogo na questão mato-grossense. Para Blairo a duplicação da BR 163, no trecho que compreende as cidades de Cuiabá e Rondonópolis, é uma questão de honra. Além disso, o parlamentar republicano alerta que é preciso pagar as empreiteiras que já executaram parte das obras na rodovia é fazer justiça.

“Chegamos à exaustão. Tenho uma sugestão a fazer aos técnicos do TCU: o trecho de duplicação da BR em Mato Grosso do Sul, que começa em Guaíra, e vem até a divisa em Mato Grosso, são 800 quilômetros, todo ele é concessionado, e a velocidade das obras é muito grande”, citou ele. “Em Mato Grosso, metade é público, metade é privado, tínhamos que achar uma forma de entregar tudo isso para a iniciativa privada. Na crise, nós temos que buscar soluções, e às vezes temos que abrir mão, já que não temos condições de fazer o normal”, argumentou o ex-governador.

Maggi cobrou o pagamento das empreiteiras, que há meses não recebem do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit). “Pagar as empresas que estão trabalhando nesse trecho, em detrimento das demais, seria uma forma de fazer até justiça, já que diariamente perdemos pessoas queridas nessa rodovia, onde se leva de seis a sete horas para percorrer 200 quilômetros”, argumentou o senador do PR.

Blairo Maggi não poupou críticas a Dilma e ao ministro Joaquim Levy, pela postura de fortalecer o arrocho fiscal para cumprimento da meta de superávit. O senador o mato-grossense entende que não está sendo feito o dever de casa pela equipe econômica de Dilma: reduzir despesas. Por isso, a forma de execução acaba por comprometer diversos setores da economia.

“Em Mato Grosso, não tem condições de continuar como está. As empresas que lá estão já estão com dificuldades, e não porque receberão com atraso daqui pra frente, mas sim, por que já executaram parte das obras e simplesmente não receberam”, denunciou o ex-governador.

“O transtorno social e econômico é muito grande. É sob esse aspecto que tenho falado constantemente que o ministro Levy erra na mão, quando quer fazer o ajuste fiscal. Não discuto a necessidade em fazê-lo, mas, fazer sobre os projetos que nós temos pela frente”, provocou o ex-senador do PR.

Acuado, o ministro reconheceu a crise e assumiu que ainda não tem condições de pagar as empresas que já trabalharam em obras de infraestrutura no país.

“Eu nunca imaginava chegar no início de maio sem saber o que tenho de recursos. Não posso esconder o que está acontecendo no Brasil. Os telefonemas que tenho recebido nesses últimos quatro meses são por falta de pagamento às empresas. Tenho o maior prazer em retornar a essa Casa com dados. Enquanto eu não souber o que tenho no caixa, não vou poder pagar as empresas”, disse Antônio Carlos Rodrigues.





Fonte: Olhar Direto

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