Saúde em Risco
Populares cobram repasses e manutenção do funcionamento de Hospital em Nortelândia Unidade médica atende quatro municípios do médio-norte pode fechar as portas por não receber repasses do Governo Estadual há seis meses

Com as finanças comprometidas em razão de estar há seis meses sem receber os repasses do Governo do Estado de Mato Grosso, o Hospital e Maternidade Nossa Senhora Sant’ana corre o risco de ter suas atividades interrompidas com a ameaça dos funcionários de iniciar uma greve por tempo indeterminado. Os médicos plantonistas já suspenderam o atendimento no período noturno, sábados, domingos e feriados.

Na manhã desta quinta-feira (25.05) lideranças políticas, vereadores, secretários de saúde, estudantes e populares, realizaram uma manifestação em frente ao hospital, exibindo cartazes e faixas cobrando que o governo estadual regularize os repasses e o mantenha em dias a fim de evitar a interrupção do atendimento médico hospital que atende as cidades de Nortelândia, Santo Afonso, Arenápolis e Nova Marilândia.

A administradora do hospital Anita Peron, declarou estar preocupada com a situação e principalmente com a ausência de uma posição definitiva para solucionar o entrave causado com o atraso dos repasses.

“Nosso atendimento está sendo comprometido e estamos temerosos com a disposição dos profissionais de cruzarem os braços e suspender as atividades. Estamos devendo fornecedores e profissionais a seis meses, tornando a situação insustentável” pontuou ela.

O prefeito municipal Zema Fernandes, esclareceu que o município não tem condições financeiros de aumentar o repasse e assumir todo o custo de manutenção do hospital, e está repassando o máximo que pode dentro de suas condições financeiras.

“Estamos fazendo todo o esforço para garantir o repasse de aproximadamente R$ 40 a 50 mil reais mensalmente, e inclusive mantendo-o em dias, sem atrasos. É impossível pelas nossas condições financeiras aumentar o valor da compra de serviços” frisou.

O prefeito de Santo Afonso Joabe de Almeida, que também participou do protesto, enfatizou a importância da manutenção do funcionamento do hospital para a população dos quatro municípios.

“Esse é o único hospital que temos aqui neste entorno, e é ele que garante o atendimento de urgência e emergência a mais de 35 mil pessoas, logo, é de fundamental importância que o Estado mantenha em dias o repasse para dar uma sensação de tranquilidade à população” destacou.

O Hospital de Nortelândia, está sendo administrado pela ONG Amor a Vida, entidade local criada para garantir o funcionamento da unidade hospitalar, numa parceria com a Prefeitura Municipal de Nortelândia e o Governo do Estado de Mato Grosso, através da Secretaria de Estado de Saúde.

Atualmente a prefeitura do município repassa mensalmente cerca de R$ 40 mil reais com a compra de serviços médicos, valores que são insuficientes para garantir o seu funcionamento. O Governo do Estado deveria repassar outros R$ 140 mil reais, no entanto há seis meses os recursos não estão sendo transferidos, e a dívida já totaliza R$ 840 mil reais.

Sem os recursos, o hospital não está conseguindo honrar os compromissos com fornecedores, prestadores de serviços, médicos, enfermeiros, técnicos, entre outros, comprometendo a aquisição de material básico para procedimentos e atendimento à população, bem como a alimentação dos pacientes em tratamento.

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