Ibama retoma combate ao incêndio do Pantanal do MT com número menor de brigadistas 'Redução de brigadistas em campo é falta de planejamento', diz doutora em Ecologia e pesquisadora da Universidade de Mato Grosso (Unemat) sobre a retirada das equipes.
As equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de combate aos incêndios no Pantanal mato-grossense retomaram o trabalho, conforme determinação do governo federal na sexta-feira, mas com um número menor de brigadistas, segundo apuração da TV Centro América.
Além disso, mesmo com incêndios ainda ativos, agentes da Força Nacional e da Marinha que atuavam no Mato Grosso voltaram para suas bases no sábado (24).
O Ibama determinou, na sexta-feira (23), que as brigadas de incêndios florestais retornassem para as suas respectivas atividades e operações. Na quarta-feira (21), o órgão havia determinado a suspensão do trabalho, alegando falta de recursos.
Na quinta-feira (22), O Ministério da Economia liberou R$ 16 milhões mensais até dezembro para que o Ministério do Meio Ambiente regularize os pagamentos em atraso – R$ 8 milhões para o Ibama e R$ 8 milhões para o ICMBio. Só o Ibama diz ter R$ 19 milhões em pagamentos atrasados.
'Falta de planejamento'
Pesquisadora Carolina Joana fala sobre redução de brigadistas no Pantanal — Foto: Reprodução/TVCA
A doutora em Ecologia e pesquisadora da Universidade de Mato Grosso (Unemat), Carolina Joana da Silva, diz que a redução de brigadistas em campo é preocupante em tempo de poucas chuvas. Ela cita dados do Inpe que apontam que quase 2.700 focos de calor foram registrados no bioma nos primeiros 20 dias de outubro, um número 400% maior do que no ano passado.
"A chuva continua abaixo da média histórica. A minha preocupação é que possa vir uma segunda onda de fogo e as estruturas estarem desmobilizadas. Não temos garantia de chuvas. Então, desmobilizar, para mim, é falta de planejamento", afirma.
Foto aérea mostra árvores queimadas e vegetação destruída pelo fogo no Pantanal, a maior área úmida do mundo, em Poconé (MT) — Foto: Amanda Perobelli/Reuters
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