Ministro do trabalho desafia novamente denunciantes e diz que quer corruptos na cadeia
Lupi defende ex-chefe de gabinete e diz que empregar companheiros de partido é normal

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, defendeu em audiência na Câmara nesta quinta-feira (10) o ex-chefe de gabinete e amigo pessoal, Marcelo Panella. O ministro está no Congresso para explicar as denúncias de pagamento de propina na pasta.

- Tenho absoluta e total confiança em Marcelo Panella. Coloco a minha função e vida à disposição de quem quer investigar o Marcelo. A coisa mais fácil que tem é abandonar uma pessoa, eu não faço isso porque o conheço bem.

Panella se afastou do ministério em agosto, antes de ser acusado de cobrar de 5% a 15% do valor de contratos com ONGs (organizações não governamentais) para restabelecer repasses suspensos por irregularidades. O ex-assessor de Lupi é também tesoureiro do PDT, partido que o ministro é presidente licenciado.

Lupi disse ainda que não concorda com as críticas sobre pessoas do partido que têm cargos no ministério. Segundo ele, há um a "criminalização partidária" que não deve existir na democracia.

- Seja o PT ou outro partido, vão colocar na estrutura aqueles que ajudaram a ganhar eleição. Você tem que ter na execução do seu governo os parceitos que ajudaram a eleger e você confia. No podemos entrar nessa de que instituição partidária precisa ser criminalizada. O que tem que ser feito é cobrar transparência e eficiência seja de quem for.

O ministro disse que não há corrupção no ministério e desafiou os denunciantes a apresentar provas.

- Corrupção, dentro do Ministério do Trabalho, dentro do meu partido, não há. Eu afirmo, não há. E àqueles que estão afirmando que existe, cabe o ônus da prova. Desafio que apareça o denunciante dizendo quem pagou e quem levou. É uma questão de honra.

Carlos Lupi está sendo ouvido por deputados na Comissão de Fiscalização e Controle. De acordo com matéria publicada pela Revista Veja esta semana, um funcionário do ministério seria operador de um suposto esquema de cobrança de propinas a ONGs que tinham contratos com o Ministério do Trabalho.

Para se defender das acusações, Lupi disse que suas contas sempre foram aprovadas pelo Tribunal de Contas da União e que, dos convênios celebrados pela pasta, apenas poucos apresentaram problemas, mas nunca irregularidades.