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Politica Brasil
Quarta - 13 de Julho de 2011 às 00:47
Por: ANA ROSA FAGUNDES

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O depoimento de cerca de cinco horas do diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), Luiz Antônio Pagot, no Senado não teve grandes revelações. Ele apenas se defendeu das acusações de corrupção no órgão e não envolveu mais ninguém no escândalo. Porém, afirmou que as decisões eram divididas com outros ministros.

Pagot foi estritamente técnico: apresentou dados, números e relatou os trâmites processuais do Dnit. Ele chegou à sala das comissões com uma mochila carregada de livros e documentos e na lapela do terno tinha a imagem de Nossa Senhora. Ele respondeu a perguntas de 18 senadores.

Pagot fez questão de eximir de qualquer responsabilidade a presidente Dilma Rousseff (PT), que era ministra da Casa Civil no governo Lula e considerada a “mãe do PAC”, sendo a principal gerente programa que tem uma grande parte das obras ligadas ao Ministério dos Transportes.

O diretor também disse que nunca recebeu nenhum pedido do ministro de Comunicações, Paulo Bernardo, que no governo Lula era ministro de Planejamento. Em informações divulgadas na imprensa nacional, Pagot teria dito que fez aditivos a pedido dele.

Ele fez questão de ressaltar que é apenas um executor e que podem ter havido erros, sim, mas que todos foram combatidos, já que o Dnit é fiscalizado por três órgãos diferente: Controladoria Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU) e ainda uma auditoria interna, mas independente, do Dnit.

O diretor afastado explicou o aumento de preço durante as obras por conta dos aditivos. Segundo ele, é muito difícil um escopo de projeto terminar do jeito que começou. Essas alterações, que aumentam o valor do projeto, segundo o Pagot, são por necessidade do projeto ou mesmo pressão política. Além disso, ele afirma que não toma decisões sozinho, todas as obras passam pelo conselho

“Muitas vezes o escopo da obra está aquém da necessidade. Porque muitas obras são postergadas e o cobertor é curto, não tínhamos dinheiro pra fazer frente a toda necessidade do Brasil. Também temos alteração de projeto por intervenção política. São governadores que pedem, bancada federal que pede”, disse Pagot durante o depoimento.

O senador Blairo Maggi, que é padrinho político de Pagot, foi o primeiro a fazer questionamento ao diretor afastado. No entanto, o republicano usou seu tempo mais para elogiar o trabalho e a competência do afilhado.

Já o senador Pedro Taques (PDT) foi mais crítico. Ele disse que o PR, ao “tomar conta do Ministério dos Transportes, se assemelha à máfia italiana”. Relembrando que o Dnit é muito fiscalizado, Pagot disse que, apesar disso, não concorda com algumas considerações do TCU. “O Dnit não faz meia dúzia de obras. Temos hoje exatamente 1156 contratos de obras. Infelizmente temos coisas erradas, mas na maioria das vezes temos acertado”, disse Pagot.

Jayme Campos foi o único senador de Mato Grosso que não fez questionamentos ao diretor.

Pagot foi chamado para depor no Senado nas comissões de Infraestrutura e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle para explicar denúncias de corrupção no órgão. Intitulada “Mensalão do PR”, a revista Veja divulgou há duas semanas suposto recebimento de propina por membros do PR no Ministério dos Transportes e órgãos ligados a pasta.





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