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Economia
Sexta - 07 de Janeiro de 2011 às 15:09

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As montadoras com fábricas instaladas no Brasil, como Fiat, Volkswagen, GM e Ford, foram responsáveis por 83,9% dos automóveis e comerciais leves importados que entraram no país no ano passado.

Os dados divulgados nesta sexta-feira pela Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores) apontam que as 30 filiadas à entidade trouxeram 105,9 mil carros, o que corresponde a 16,1% do total (657,3 mil).

"São as montadoras com fábrica no Brasil que estão fazendo crescer as importações", ressalta José Luiz Gandini, presidente da entidade que representa as marcas Aston Martin, Audi, Bentley, BMW, Chana, Chery, Chrysler, Dodge, Effa Changhe, Effa Hafei, Ferrari, Hafei Motor, Haima, JAC Motors, Jaguar, Jeep, Jinbei, Kia Motors, Koenigsegg, Lamborghini, Land Rover, Lifan, Maserati, Mini, Pagani, Porsche, Spyker, SsangYong, Suzuki e Volvo.

Ontem (6), a Anfavea, que representa as montadoras com fábrica no país, contabilizou que o saldo comercial da indústria automotiva brasileira ficou mais uma vez negativo em 2010, com 158 mil veículos importados a mais do que os exportados montados, considerando na conta também ônibus e caminhões. O resultado foi o pior da série histórica iniciada em 1990.

A maior parte dos importados trazidos por essas montadoras vem da Argentina e do México, com os quais há acordos comerciais para isenção na alíquota de importação de 35%, de acordo com a logística de produção de cada empresa. A fatia desses dois países, no entanto, vem diminuindo ao longo dos anos, tendo caído de 69,3% no acumulado de janeiro a novembro de 2009 para 63,7% no mesmo período deste ano.

"Hoje muito consumidor compra importado sem saber. Se o carro não for de [marcas] tops de linha como Ferrari e Audi, por exemplo, ele não sabe", afirma Gandini, acrescentando que a maior preocupação do cliente é com o custo versus benefício, o que inclui a tecnologia embarcada no veículo.

CÂMBIO

O presidente da Abeiva ressaltou que "não é só câmbio que aumenta as vendas", ao comentar a medida tomada pelo governo nesta semana para conter a valorização do real. A previsão da entidade é terminar o ano com o dólar cotado a R$ 1,90 e atingir 165 mil unidades, o que representaria um crescimento de 57% sobre 2010.

A ampliação no número de concessionárias de 2009 (370) para 2010 (560) mostra a expansão da rede de distribuição dessas marcas, um dos impulsos para o aumento nas vendas. A maior parte está na região Sudeste (286), seguida do Sul (105) e do Nordeste (98). "Não basta só ter produto e preço acessível", reforça Gandini, que também é presidente da Kia.

Entre os associados da Abeiva, a marca coreana respondeu por mais da metade (51,4%) das vendas de carros importados em 2010. No ranking geral, incluindo as montadoras com fábrica no Brasil, a participação da montadora dobrou de 2009 para 2010, atingindo 1,64% dos licenciamentos totais e subindo uma posição, para a 11ª, de acordo com a Fenabrave (federação das concessionárias). A Fiat lidera a lista.

Sobre a possibilidade de ter uma fábrica no país, Gandini desconversou, lembrando que vendeu 54,4 mil automóveis e comerciais leves no país de 12 modelos e uma possível planta no Brasil seria para a fabricação de apenas um. "Falta volume e disponibilidade dos coreanos. Ainda não está nos nossos planos."






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