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Economia
Terça - 04 de Janeiro de 2011 às 18:49

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A atividade em fusões corporativas disparou em 2010 no Brasil, que ao lado da China, levou o mundo emergente a responder por um terço do movimento global do setor no período, um recorde.

Segundo um levantamento da Thomson Reuters, as operações anunciadas envolvendo empresas do país movimentaram US$ 120,6 bilhões no ano passado, um salto de 76,1%.

O setor de energia liderou, com destaque para a compra de 40% dos ativos da Repsol no Brasil pela chinesa Sinopec, e a criação de uma joint venture reunindo parte dos ativos da anglo-holandesa Shell e da Cosan. Matérias-primas e telefonia ficaram em segundo e terceiro, respectivamente.

Para especialistas, por ser forte nas áreas de energia (petróleo e etanol) e em metais, alguns dos segmentos mais ativos em fusões no mundo, e ter a perspectiva de elevado crescimento econômico nos próximos anos, o Brasil seguirá como um dos países mais ativos nesse mercado em 2011.

"Essa combinação está atraindo a atenção de toda espécie de investidor", diz Marco Gonçalves, chefe da área de fusões e aquisições do BTG Pactual, o líder do setor no Brasil.

Segundo os banqueiros, mais do que o recordes de 2010, o que mais chama a atenção nos números é a mudança de perfil desse mercado no país, com participação de mais setores, com valor médio por operação menor. Em 2010, foram 693 transações anunciadas, um crescimento anual de 37,5%.

A avaliação é de que isso revela o amadurecimento do setor de fusões no Brasil, porque aponta a consolidação em vários setores da economia, como os ligados a serviços e a consumo.

"Mais de 100 empresas que abriram capital no Brasil nos últimos anos estão bem posicionadas para crescer", disse Luiz Octavio Lopes, chefe da área de fusões e aquisições do Credit Suisse.

Outra face dessa maturação, dizem, é a diversificação das fontes de recursos para financiar as transações. Foi o caso de Hypermarcas, Dasa e Cetip, que fizeram operações bilionárias usando troca de ações

EMERGENTES

Os demais membros do Bric, China (US$ 189,7 bilhões), Rússia (US$ 97,3 bilhões) e Índia (US$ 70,1 bilhões), completaram o time dos mercados que lideraram o crescimento de 76,2% nos mercados emergentes, que somou US$ 806,3 bilhões.

A farta oferta de crédito e o volume recorde de dinheiro no caixa das empresas explicam o movimento, dizem especialistas, tendência acirrada por corporações globais que, carentes de crescimento acelerado para compensar o fraco desempenho nas cambaleantes economias desenvolvidas, alvejaram os grandes mercados emergentes.

E a expectativa de que os mercados em desenvolvimento sigam crescendo em ritmo superior à média global nos próximos anos deve levar os volumes das fusões nesses países a novos recordes em 2011, afirmam banqueiros.

Em nivel global, as fusões movimentaram 2,43 trilhões de dólares, crescimento anual de 22,9% e o maior nível desde 2008. Essa expansão teve entre os patrocinadores os fundos de private equity, que movimentaram 89,2% a mais em fusões no ano passado do que em 2009.

Confira as maiores fusões brasileiras em 2010

Setor Operação Valor (em US$ bi)

Telefonia Telefónica compra 50% da BrasilCel 9,743
Energia Sinopec compra 40% da Repsol 7,111
Aéreo LAN e TAM anunciam fusão 6,502
Energia Cosan e Shell criam joint venture 4,925
Mineração Norsk Hydro compra Vale Aluminium 4,900
Petroquímico Braskem compra 60% da Quattor 4,132
Fertilizantes Vale compra ativos da Bunge 3,800
Energia Sinochem compra 40% da Peregrino 3,070
Financeiro Qatar Hold. compra 5% do Santander 2,719
Telefonia Portugal Tel compra 35% da LF Tel 2,656

Fonte: Thomson Reuters





Fonte: Reuters

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