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Economia
Quinta - 23 de Dezembro de 2010 às 08:40
Por: Laís Costa Marques

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Para economizar na compra das frutas, a economista dá preferência às da estação e as nacionais
Para economizar na compra das frutas, a economista dá preferência às da estação e as nacionais

As famílias que querem manter a tradição e celebrar o Natal ao redor de uma farta ceia podem substituir produtos ou marcas e assim comprar os ingredientes com economia de até 90%. Percorrendo as prateleiras dos supermercados é possível achar as mesmas mercadorias cujas variações de preços ultrapassam 100% de acordo com a marca. Outra opção é recorrer aos similares e adaptá-los para a ocasião. Com R$ 120 é possível festejar o nascimento do menino Jesus com uma ceia para 5 pessoas. Porém, se forem desconsiderados os cuidados com a economia e não comparar preços, uma ceia com ingredientes parecidos sai por R$ 229, uma diferença de R$ 109 e que faz a diferença no orçamento de muitos trabalhadores.

O auxiliar de serviços gerais João Lemes de Faria, que recebe um salário mínimo por mês (R$ 510) diz que neste fim de ano a intenção é gastar até R$ 150 com a noite de Natal para a família de 5 pessoas. Segundo o trabalhador, as compras são feitas depois de uma "cotinha" entre os que participarão da ceia. Com o desafio de montar o banquete com R$ 150, descobriu-se que a missão é possível e pode custar até menos do que o projetado.

Entre os itens selecionados, uma ave, arroz, frutas, farinha, azeitonas, panetone, uma bebida tipo champanhe, cerveja, refrigerante e sobremesa. Produtos como pernil, bacalhau não foram incluídos, mas também são comuns entre as ceias mais nobres.

A economista Luceni Grassi explica que existem alguns fatores na hora das compras que definem o desembolso, como o preço, os hábitos, a preferência e quantidade de substitutos para cada produto. Sendo assim, quanto mais opções, mais fácil é economizar. Tradicional no fim do ano, as castanhas, frutas secas e importadas são exemplos dos produtos que mais encarecem a conta. A amêndoa, por exemplo, custa R$ 48,36 o quilo, a Castanha do Brasil R$ 68,95, e frutas cristalizadas R$ 15,30. Para substituir e diminuir os custos, Luceni Grassi sugere a compra de frutas da estação ou as que são produzidas na região. A melancia, que tem grande volume e ainda pode ser usada para a decoração da mesa, custa R$ 0,99 o quilo, a laranja, R$ 1,78 e até mesmo a uva, que apesar de não ser uma das frutas mais baratas, sai por R$ 6,99. Assim, quem gastaria, segundo a economista R$ 60 na compra de frutas importadas e castanhas, pode desembolsar cerca de R$ 20 para comprar frutas.

Partindo para o segmento de carnes, as diferenças de preços são ainda mais evidentes. O quilo do peru, que geralmente tem o consumo significativo nesta época, está R$ 9,38 e uma unidade de quase 4 kg fica em torno de R$ 40. Uma outra ave similar de outra marca custa R$ 5,67 (kg) e com R$ 21 leva-se praticamente o mesmo peso. "São muitas opções de carnes, mas é preciso desconsiderar as marcas e avaliar o preço e a qualidade. Todas são aves, o que muda é o rótulo".

Além das aves, ainda tem a carne suína, que principalmente no Ano Novo compõe os ingredientes do jantar. A diferença de preço entre o quilo de uma peça congelada, processada por um frigorífico e outra fresca vendida no açougue, chega a R$ 13,90, sendo a mais cara R$ 20,20 (kg) e a mais barata R$ 6,29 (kg). "Além do supermercado, as carnes têm que ser pesquisadas nos açougues", indica Luceni Grassi.

Entre as bebidas, a variação entre um espumante nacional e um importado chega a 1.200%. Uma sidra é encontrada por até R$ 4,79 e um champanhe importado contendo 750 ml sai por R$ 62,40. A cerveja varia entre R$ 1,49 a lata de 350 ml e R$ 1,19, considerando apenas as marcas populares e os refrigerantes, que também têm diferença de preços entre as marcas, são oferecidos em embalagens especiais de até 3 litros que saem mais barato.

"Mesmo aqueles produtos que não fazem parte do dia-a-dia dos trabalhadores acabam sendo consumidos porque as pessoas usam o 13º salário para isso. É uma questão de costume, no Natal as pessoas tendem a diferenciar", explica Luceni.

A gerente regional do Comper, Izilda Maria da Silva, diz que a empresa se preocupa em dar opções para que todos tenham acesso e oportunidade de reunir a família na ocasião. "Por exemplo, o peru pode ser substituído pelo frango assado. Podemos dar preferência para frutas frescas da época, além de substituir nozes e castanhas por amendoim".

Para fechar o jantar, os doces também foram incluídos na pesquisa. Além do panetone, que tem preço que vai de R$ 4,49 a R$ 15 nos supermercados, foi feito o cálculo entre comprar uma sobremesa pronta ou preparar uma em casa. Para um mousse caseiro, por exemplo, com R$ 1,79 do leite condensado, R$ 1,29 do creme de leite e mais um copo de suco se faz a sobremesa por cerca de R$ 5. Um pote de sorvete de 2 litros comprado pronto não sai por menos de R$ 10, o dobro.

Assim, para realizar a ceia farta e com economia, Luceni Grassi aconselha avaliar bem, analisar quais são as prioridades e ter tempo para fazer as compras com calma. "Deixar para última hora não é bom, além de estar tudo mais caro, a pressa e o tumulto impedem uma pesquisa detalhada". Independentemente da renda ou do que irá consumir, é possível celebrar o Natal junto com a família sem que isso represente um problema de ordem financeira. Com planejamento a festa pode ser realizada e agradar a todos.





Fonte: A Gazeta

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