Maluf justifica aumento no Congresso com deputados que vêm do "fim do mundo"
O deputado Paulo Maluf (PP-SP) justificou nesta quarta-feira a aprovação no Congresso do projeto que aumenta o salário dos deputados, senadores, ministros e presidente para R$ 26,7 mil.
Maluf argumentou que colegas que vêm "do fim do mundo" têm dificuldades para exercer o mandato com o subsídio atual.
"Tem alguns deputados de Roraima, de Rondônia, do Acre, que vêem lá do fim do mundo, com seis ou sete filhos, que têm até dificuldade de exercer o mandato", afirmou Maluf.
Apesar da justificativa, ele não quis dizer se era a favor ou contra o reajuste.
"Se fosse de graça, eu também estaria exercendo o meu mandato, porque eu gosto da vida pública."
Ele afirmou que a pergunta deveria ser dirigida aos integrantes da Mesa da Câmara que propuseram o aumento.
Nesta quarta-feira, a Câmara dos Deputados e o Senado aprovaram o aumento.
No Senado, a aprovação demorou menos de cinco minutos. O texto será promulgado.
De acordo com o texto, deputados e senadores terão um reajuste de 61,8%, uma vez que recebem atualmente R$ 16,5 mil, além dos benefícios. No caso do presidente da República e do vice, que recebem atualmente R$ 11,4 mil, o reajuste será de 133,9%. O aumento dos ministros será maior ainda, já que eles recebem R$ 10,7 mil.
Os parlamentares, o presidente, o vice e os ministros estão sem reajuste desde 2007. A inflação no período, porém, foi inferior a 20%. O PSOL foi o único partido a manifestar posição contrária.
A proposta entrou em pauta de surpresa, antes mesmo de uma reunião da Mesa, que debatia o assunto, ser finalizada.
DIPLOMAÇÃO
Maluf também disse estar confiante que será diplomado na sexta-feira após a vitória na Justiça de São Paulo.
Ontem, a defesa do deputado recorreu ao TSE para garantir que a reeleição dele seja reconhecida, depois que a Justiça de São Paulo o absolveu na segunda-feira (13) na ação que o havia tornado inelegível.
Maluf aproveitou ainda para provocar o futuro colega Protógenes Queiroz (PC do B-SP), que o prendeu em 2005.
"Ele foi eleito com os votos do Tiririca. Eu fui eleito com os meus", disse o deputado, que participa em São Paulo de uma premiação organizada pela revista "IstoÉ".
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