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Economia
Sábado - 11 de Dezembro de 2010 às 08:40

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Levantamento divulgado ontem revela que entre os 100 maiores municípios brasileiros com a melhor renda per capita em 2008, 15 deles pertencem ao Estado. E todos, sem exceção, têm como base econômica, o agronegócio, especialmente a produção de grãos, com dominância da soja. O nosso representante melhor colocado no ranking nacional é Campos de Júlio, na 8ª posição e com renda per capita de R$ 128,87 mil. Emancipado há pouco mais de uma década e meia, a cidade que completou no final do mês 16 anos, possui cerca de R$ 5 mil habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 645,64 milhões, o 18° do Estado.

A renda per capita é o resultado da divisão do PIB pelo número de habitantes. Se por um lado Campos de Júlio obtém a primeira colocação no Estado e a 8ª no Brasil – afinal tem pouco mais de 5 mil habitantes – ele não apresenta o maior PIB, quem é líder neste ranking é Cuiabá com receita de R$ 9,01 bilhão, porém, toda a riqueza dividida pelos mais de 500 mil habitantes, resulta em uma per capita de R$ 16,54 mil. Os números divulgados ontem, referem-se ao exercício 2008.

Na atual safra, Campos de Júlio (553 quilômetros ao noroeste de Cuiabá) está destinando cerca de 220 mil hectares á produção agrícola, dos quais 183 mil à sojicultura. Há espaço ainda para milho, algodão e cana-de-açúcar. O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT), Glauber Silveira, reside e produz no município e destaca que a condição de maior renda per capita do Estado, revela na verdade, que há muita concentração de renda. “Desde a crise do agronegócio em 2005, 50% dos produtores locais saíram da atividade e as terras foram incorporadas, seja por meio de aquisições ou arrendamentos”. Ele considera a metodologia para aferir a renda per capita muito simplista, o que acaba distorcendo, em alguns casos, a realidade. “Campos de Júlio perdeu habitantes nos últimos anos e estamos buscando a criação de um nova assentamento na região para não apenas repovoar a cidade como também disponibilizar mão-de-obra e assim, dividir a renda”.

Santa Rita do Trivelato, ao norte mato-grossense, tem pouco mais de 2,6 mil habitantes e uma renda per capita de R$ 110,27 mil. Com esses números ocupa a 12ª posição nacional. Sapezal, no noroeste do Estado, possui uma população de 15 mil pessoas e renda por habitante de R$ 89,92 e a 20ª posição entre os 100 maiores do Brasil. (Veja quadro com mais detalhes).

Na contramão da pujante realidade estadual, estão municípios onde a base econômica se exauriu ao longo dos anos, sem que qualquer política pública tenha conseguido recuperar a vocação ou desenvolvido uma nova atividade capaz de agregar renda à população. As menores per cafetãs mato-grossenses estão em São Pedro da Cipa, ao sul da Capital, com pouco mais de 3,5 mil habitantes. A per capita em 2008 somou pouco mais de R$ 5,92 por habitante de um PIB total de R$ 24,82 milhões. Em seguida está Peixoto de Azevedo, Curvelândia, Colniza e Nossa Senhora do Livramento, com per capitas em torno de R$ 6 mil por habitante.

Avaliando o melhor PIB de Mato Grosso, além de Cuiabá, são destaques Rondonópolis (R$ 4,35 bilhões), Várzea Grande (R$ 2,68 bilhões), Sorriso (R$ 2,38 bilhões) e Primavera do Leste com R$ 1,82 bilhão. Em um ranking local com os 30 maiores PIBs, 17 deles têm como matriz econômica agricultura e ou pecuária.

Entre os menores PIB mato-grossenses estão cidades como Araguainha (R$ 10,50 milhões), Novo Santo Antônio (R$ 15,20 milhões), Serra Nova Dourada (R$ 15,79 milhões), Luciara (R$ 17,23 milhões) e Reserva do Cabaçal (R$ 20,69 milhões). (MP)






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