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Economia
Sábado - 11 de Dezembro de 2010 às 08:33
Por: Marianna Peres

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Dos 141 municípios que formam Mato Grosso, dez deles concentram mais de 50% de toda a riqueza produzida, economicamente chamada de Produto Interno Bruto (PIB). Conforme números divulgados ontem pelo IBGE, referentes ao exercício 2008, metade dos R$ 53 bilhões que formam o PIB mato-grossense, pouco mais de R$ 27,71 bilhões estão em apenas dez cidades, das quais apenas três não têm dependência exclusiva da atividade primária, a agropecuária.

Cuiabá, Rondonópolis, Várzea Grande, Sorriso e Primavera do Leste, são exemplos de municípios com os maiores PIB estadual. A capital Cuiabá registrou em 2008 PIB de R$ 9,01 bilhão e Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá) atingiu receita de R$ 4,35 bilhões. Várzea Grande e Sorriso somaram cada um pouco mais de R$ 2 bilhões e Primavera do Leste, Sinop, Lucas do Rio Verde, Campo Novo do Parecis, Sapezal e Nova Mutum obtiveram PIBs acima de R$ 1,1 bilhão.

Para o presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan, os números comprovam a superioridade do Estado na produção agropecuária, mas também revelam que Mato Grosso concentra sua riqueza em poucos municípios. “Isso traz preocupação: Temos a necessidade de diversificar a base econômica, interiorizando os investimentos para melhor distribuição da riqueza”.

E a interiorização e diversificação, segundo Milan, acontecerão com o adensamento das cadeias produtivas, por meio da industrialização. “Isso é uma tendência que vem sendo já registrada no Estado nos últimos anos e as exportações mostram isso, na medida em que os embarques de soja em grão – por exemplo – são reduzidos. Isso indica que o grão in natura que não saiu oceano afora, foi processado aqui dentro, seja para se transformar em óleo, farelo e até mesmo em biodiesel”, destaca. Para Milan, a adoção de políticas públicas dirigidas à concessão de incentivos fiscais são as melhores ferramentas para atração de investimentos, “e o nível de investimentos é o melhor indicador do PIB”. Conforme ele, programas estaduais o Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic) que concede benefício fiscal, renúncia do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de até 100% e por até dez anos é sem dúvida, o grande responsável pela diversificação e pelo fortalecimento do parque industrial mato-grossense. ”Essa transformação é uma realidade e tendência”.

O dirigente lembra ainda que a renúncia fiscal se transforma em investimento público, “afinal, se houvesse receita ela seria consumida pelo custeio da máquina e na verdade, ao renunciar, o Estado descentraliza a riqueza e gera renda”.

POTENCIAL – O assessor econômico da Fiemt, Carlos Vitor Timo Ribeiro, adverte que Rondonópolis não pode mais ser considerado um município agrícola. De um PIB de R$ 4,35 bilhões, R$ 1,5 bilhão, ou 65% do total referem-se ao Valor Adicionado Bruto da indústria. “Rondonópolis é um exemplo claro do que a transformação da matriz econômica fez em um intervalo de menos de dez anos. A industrialização das matérias-primas da região foi incentivada e hoje a cidade é um parque fabril”. A atração de indústrias, como completa o assessor, também muda o perfil do principal PIB do Estado, o de Cuiabá. Dos R$ 9,01 bilhões, 17,31%, ou R$ 1,56 bilhão advém da indústria. “Cuiabá teve em 2008 o 91° lugar no ranking nacional dos 100 maiores municípios em Valor Adicionado da Indústrias, está uma posição acima de Campo Grande e Rondonópolis surge logo em seguida na 95ª posição. Há alguns anos, Mato Grosso não aparecia em um ranking como este”.

BRASIL - Em 2008, seis capitais concentravam 25% do PIB do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Manaus. Ao mesmo tempo, o conjunto das 27 capitais gerava um terço dessas riquezas. A concentração da atividade econômica era mais acentuada na maioria dos estados do Norte e Nordeste, onde metade do PIB de cada estado vinha dos seus cinco maiores






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