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Economia
Quinta - 02 de Dezembro de 2010 às 13:02

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Pesquisa elaborada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) revela que setor industrial brasileiro vai acelerar o ritmo de investimentos na expansão da capacidade produtiva em 2011.

O principal foco é atender ao mercado interno, segundo sondagem divulgada pela entidade nesta quinta-feira no 5º Encontro Nacional da Indústria.

O levantamento ouviu 454 empresas de vários portes com mais de 35 funcionários em todo o país. O trabalho tem margem de erro de 3% para mais ou para menos. Do universo consultado, 92% dos empresários anunciaram investimentos para o ano que vem.

Segundo os empresários, a atual capacidade de produção não é capaz de atender à forte demanda do mercado brasileiro.

A informação é relevante, sobretudo dada a garantia de abastecimento do país sem o risco de fomentar a chamada inflação por demanda, quando o forte ritmo de consumo gera falta de produtos e o consequente aumento de preços.

Esse comportamento tem sido o principal fator para a elevação das taxas básicas de juros da economia, mecanismo usado pelo Comitê de Política Econômica do Banco Central para esfriar a demanda e conter a inflação e enquadrá-la nas faixas definidas no regime de metas.

Neste ano, 89,6% dos industriais informaram que fizeram aportes nas unidades de produção. Desses, 61,4% afirmam ter cumprido os investimentos como o planejado. O grupo restante cumpriu parcialmente o plano, seja porque reavaliou a demanda à luz de sinais econômicos seja porque não conseguiu vencer a burocracia.

A pesquisa revelou que os entraves burocráticos representaram um problema para a execução da pauta de investimentos para 31,9% dos entrevistados. Em 2010, quando o mesmo questionamento foi feito, a burocracia do Estado brasileiro representou empecilho para 16%.

ORIGEM DO CAPITAL

Os investimentos necessários para 2011 deverão ser feitos, de forma majoritária, pelo capital dos próprios empresários, assim como já ocorreu em 2009. A sondagem da CNI revelou que a principal fonte para os investimentos industriais no país veio das empresas (59,8%).

A segunda fonte relevante para bancar os projetos foi obtida junto a bancos oficiais, como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o Banco do Nordeste. Essa fonte respondeu por quase um quinto do capital necessário às expansões (19%).

O que chama a atenção é a fraca participação da rede de bancos comerciais do país. Só 9,8% dos recursos empenhados nos investimentos realizados em 2010 teriam sido realizados a partir de operações com a rede bancária privada.

O resultado sugere uma conclusão óbvia, segundo a indústria. "A alta dependência do investimento à disponibilidade de recursos próprios dificulta o crescimento e a inovação na indústria", diz o relatório da CNI.

Crítica feita, a indústria não acha que essa situação tende a se alterar em 2011. Segundo a confederação, a maior parte dos investimentos para aumento de capacidade de produção continuará a ser custeado por capital próprio dos empresários, daí a relevância de manter a confiança na economia.

O industrial consultado para a pesquisa espera que os bancos oficiais ampliem as concessões de crédito para investimento de 19% para 23,2% em 2011. O capital próprio será dominante, 55,6%.

Os investimentos médios calculados pela CNI também devem aumentar no próximo ano, a despeito do forte crescimento em 2010. Neste ano, o valor médio de investimento por indústria foi de R$ 6,34 milhões. Em 2009, esse número foi de R$ 3,52 milhões.

A meta para 2011, segundo a CNI, é alcançar média de R$ 6,79 milhões, aumento de 7%.






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