Faturamento também é maior devido à inflação nos alimentos; consumidor adere às ofertas
Vendas crescem 5% nos supermercados de MT

As vendas nos supermercados mato-grossenses superaram a taxa nacional de 3,85% e, segundo empresários e representantes do setor o crescimento ultrapassou os 5% em outubro com relação ao mesmo período do ano passado. Os motivos agregados são a constante evolução não só no faturamento, como também no volume adquirido durante as compras. Além disso, o fato do 10º mês ter tido 5 fins de semana contribuiu para o incremento, já que os sábados são de muito movimento nos estabelecimentos.

De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), outra influência pode ter sido o aumento nos preços dos produtos das prateleiras. A valorização dos produtos, principalmente os que compõem a cesta básica, como arroz, feijão, carnes, entre outras 35 mercadorias, é percebida principalmente pelos consumidores. Nos supermercados, clientes procuram comprar em dias especiais de ofertas para diminuir o impacto no bolso. A secretária Marilce do Carmo diz que de um ano para cá o aumento dos produtos fez sua conta ficar até 80% mais alta. "Olha, cada mês é uma surpresa, os produtos estão muito mais caros", afirma a consumidora que duas vezes na semana vai supermercado comprar verduras e carnes, conforme o dia de promoção.

O proprietário da rede Modelo, Altair Magalhães, diz que foram poucos produtos que tiveram aumento acima do normal, representado pela inflação. De acordo com o empresário, entre 5% e 6% dos 10% estimados de crescimento para este ano estão relacionados ao aumento no volume de mercadorias. "Todos os anos há reajustes naturais e com isso os alimentos precisam ser adaptados, mas não houve nada que superasse expressivamente a média nacional". Ainda segundo Magalhães, a taxa de desemprego caiu e a renda da população aumentou, o que justifica o incremento nas vendas.

O presidente da Associação dos Supermercadistas de Mato Grosso (Asmat), Kássio Catena, afirma que os números do Estado ainda não foram fechados, mas que a estimativa é a melhor possível, superior inclusive a nacional. "Podemos crescer até 200%", ironiza o proprietário dos supermercados Paulista ao comentar que o incremento deve ser da ordem de 5% em outubro.

A costureira Eunice da Silva diz que tudo aumentou, mas que os produtos básicos da alimentação são os que mais chamam a atenção e fazem a diferença na hora de pagar a conta. "O arroz, a carne, tudo subiu". Quanto aos gastos, Eunice diz que uma vez por mês faz uma compra maior de aproximadamente R$ 300 e que semanalmente gasta mais R$ 100 para comprar verduras e carnes.

Quanto às expectativas para vendas de Natal, os supermercados esperam entre 10% e 20% de superação com relação aos números de 2009. Na rede Comper a estimativa varia de acordo com o produto. Izilda Maria da Silva, gerente regional, explica que as aves devem vender 10% a mais, a carne suína foi reforçada em 15%, mas que é o bacalhau a grande expectativa. Segundo ela, o preço bom deve atrair os consumidores e as vendas podem ser até 20% superiores às do ano passado.