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Economia
Terça - 30 de Novembro de 2010 às 07:41
Por: Laís Costa Marques

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Demanda dos investidores pelo produto aumentou, mas no varejo as vendas caíram
Demanda dos investidores pelo produto aumentou, mas no varejo as vendas caíram

O ouro está em alta e nos últimos 2 meses registra aumento de aproximadamente 25%. Cotado na Capital mato-grossense por R$ 87 (média por grama) deve fechar o ano em R$ 95/grama. O metal precioso costumeiramente tem acréscimos neste período, porém, em decorrência da instabilidade da moeda norte americana e da crise financeira que percorre os países europeus, a valorização está mais acentuada.

O superintendente regional do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Jocy Gonçalo de Miranda, diz que o ouro tem um comportamento diferente perante o mercado financeiro. É quando a economia passa por abalos que o metal mais se valoriza. "O aumento no preço do ouro tem origem na macroeconomia. Com a quebra de países da Europa e a oscilação do dólar, os investidores tendem a comprar ouro".

O economista Anaor Carneiro diz que o metal sempre foi uma boa alternativa de mercado por ser mais seguro. "O ouro é uma boa alternativa pela segurança em momentos de variação no mercado. Ele nunca tem grandes desvalorizações, diferentemente de moedas e ações que estão ligadas à economia dos países".

A alta no valor serve até como incentivo para o aumento do consumo, como explica o ourives Leônidas Soares Souza. "Quanto mais o preço sobe, parece que atrai mais as pessoas". De acordo com o joalheiro, em 2 meses o preço pago pelo grama saiu dos R$ 70 e está próximo dos R$ 90. Na Parmetal, que revende ouro, o movimento é o mesmo: preço e procura crescem na mesma proporção. O avaliador Rafael Carvalho diz estão tendo dificuldade para adquirir produto no Estado e que parte da produção é voltada exclusivamente para exportação. "As pessoas quando veem a valorização percebem que pode ser um bom investimento e passam a comprar".

Mas o que é bom para uns, não parece tão promissor para outros. No mercado de joias ornamentais, o aumento de custo pode ter reflexos diretos nas vendas. O proprietário da Nativa Joias, Moacir Toman, diz que desde que começou a mudar o preço, o movimento nas vendas reduziu 40%. "Os clientes reclamam muito e as vendas estão só caindo".

Esta redução nas vendas para o consumidor final não é semelhante ao que ocorre no mercado financeiro porque, como explica Anaor Carneiro, a relação é diferente. Segundo o economista, quem adquire o metal como forma de aplicação nem sempre tem acesso ao produto de forma física. "As transações ocorrem por meio de títulos comercializados por empresas autorizadas. O investidor recebe os contratos, até porque o armazenamento do ouro é complicado", afirma ao comentar sobre questões de segurança, visto que para guardar o metal é preciso alugar cofres.

Cotação - Nos últimos 10 anos o ouro teve um incremento de 369% no Brasil. Seu preço saltou de R$ 500 por cada 28 gramas (g) para R$ 2,345 mil (g) no último mês. O crescimento tem se mostrado gradativo, assim como o aumento na exploração. A expectativa do DNPM é até 2015, Mato Grosso atinja 15 toneladas/ano, 150% a mais que as atuais 6 toneladas. Para 2011, a estimativa é de alcançar 8 toneladas.





Fonte: A Gazeta

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